E o ministro Helio Costa viajou com a família a Miami com dinheiro do… Senado!
Leia o que vai abaixo. Volto em seguida:Por Eumano Silva e Lúcio Lambranho, do Congresso em Foco:O ministro das Comunicações e senador licenciado, Hélio Costa (PMDB), usou a cota do seu suplente, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), para viajar com sua família para os Estados Unidos em janeiro deste ano. Costa e os seus parentes […]
Por Eumano Silva e Lúcio Lambranho, do Congresso em Foco:
O ministro das Comunicações e senador licenciado, Hélio Costa (PMDB), usou a cota do seu suplente, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), para viajar com sua família para os Estados Unidos em janeiro deste ano. Costa e os seus parentes sairam do Brasil no dia 8 janeiro com destino a Miami.
Por meio de sua assessoria, o ministro alega que usou a cota do Senado, pois foi convidado a representar o governo num evento da Câmara Brasil–Estados Unidos e que agenda oficial coincidiu com suas duas semanas de férias em janeiro. Segundo a assessoria, Costa abriu mão de uma passagen de primeira classe à qual teria direito como ministro de estado no valor de US$ 8 mil para usar bilhetes de classe econômica pagos pelo Senado.
Após ser questionado pelo Congresso em Foco, o ministro das Comunicações afirma que vai devolver o valor dos bilhetes ao Senado com suas milhas acumuladas no programa de fidelidade da TAM. Por meio do suplente, Costa vai encaminhar um pedido de informações à Mesa do Senado para saber como deve proceder na devolução do dinheiro. “Em caso de dúvidas, não hesitaria em devolver o custo total das passagens”, disse o ministro, por meio de seus auxiliares.
O suplente do Costa, Wellington Salgado, disse ao site que “emprestou” sua cota acreditando que não cometeria nenhuma irregularidade. “O ministro ia devolver depois e não vejo nenhum problema nisso”, afirmou. A ser questionado sobre as novas regras decididas ontem pelo Senado, Salgado alegou que as normas não podem ser retroativas. “A sociedade clama e reclama e a lei tem que retroceder mesmo. Agora vou ter que me sujeitar às novas regras. O presidente Sarney é o homem tesoura, agora está cortando tudo”, desabafou o senador.
Comento
Hélio Costa é mesmo um homem que zela por nós. Teria direito a viajar de primeira classe e decidiu sofrer na classe econômica, mas levando a família para passear em Miami. Diz que tinha agenda oficial por lá. É mesmo? E por que não gastou, então, o dinheiro do Executivo? Não sei se vocês repararam, mas os políticos vivem sob o signo da coincidência. Vejam o caso do ministro: tinha compromisso de trabalho, iria mesmo tirar férias, e a família, pelo visto, estava disponível. Dado o quadro, alguém teve a idéia: “Pô, por que a gente não vai pra Miami também?”. E assim se fez. Bastou ligar para a Senado Turismo Familiar, e tudo estava resolvido.
É um esculacho. E sabem o que há de mais espantoso nessa história? Essa gente toda é endinheirada. Podia arcar com o custo dos seus regalos. Em alguns casos, dado o patrimônio pessoal do parlamentar, o dinheiro da viagem é uma ninharia — que vira uma soma astronômica se considerarmos a farra generalizada. Mas, como vemos, se os cavalcantes podem passar o chicote no lombo dos cavalgados, por que não?