Do que tem remédio e do que é irremediável
Tenho escrito sobre a miséria, digamos, técnica que tomou conta da universidade brasileira, especialmente agora, quando o governo garante o leite de pata oficial a instituições que não distinguem educação de bananas. E não vai nisso nenhum preconceito. Como escreveu Ayn Rand certa feita, alguém que produz batom pode ser mais rico do que alguém […]
Tenho escrito sobre a miséria, digamos, técnica que tomou conta da universidade brasileira, especialmente agora, quando o governo garante o leite de pata oficial a instituições que não distinguem educação de bananas. E não vai nisso nenhum preconceito. Como escreveu Ayn Rand certa feita, alguém que produz batom pode ser mais rico do que alguém que produz microscópios, ainda que a gente possa provar que, do ponto de vista científico, um microscópio é mais importante do que um batom. Mas a sociedade é feita dos que querem comprar batons e dos que usam microscópios — qualquer um de nós em exames clínicos por exemplo. O que é insuportável é que alguém que não use o batom ou o microscópio pague por eles. O debate é bem mais longo do que isso, mas dou uma encurtada para servir ao propósito deste post. Todo mundo que quiser tem o direito de comprar uma educação ruim? Tem. Isso, no longo prazo, pode até ter um efeito positivo porque… Sei lá eu por quê? Não sei. Digamos que seja possível. Só que não deveríamos ser obrigados a pagar por isso.
E pagamos. Não vejo, como regra geral, razão para o estado financiar o ensino univesitário. Mas, se financia, aí, meus caros, não tem jeito: tem de ser uma escola que busque a excelência — e não só no terceiro grau. Acontece que está em curso a expansão do padrão a que já se assiste no ensino fundamental e médio do ensino público. Se vocês repararem, em razão de uma distorção muito à brasileira, da passagem do nível médio para o superior, acontece um fenômeno em “X”: os alunos das melhores escolas particulares vão para o ensino universitário público, e os pobres do ensino público continuam na sua pobreza educacional, técnica e, como temos visto, moral, mas aí no ensino privado. Agora subsidiado.
Alguém vai conseguir acabar com isso? Depois que um governo dá um “benefício”, não consegue extingui-lo sem que passe por um perverso verdugo dos pobrezinhos. E o Brasil adora adorar os seus pobres encontrando mecanismos que possam mantê-los na pobreza, um pouquinho melhorada. Pouco importa se será Serra, Dilma ou Marina a suceder Lula, programas como ProUni, Bolsa Família, Bolsa Cultura (ou sei lá como chame), Bolsa Pílula, Bolsa Camisinha (querem aprovar o Bolsa Aborto e o Bolsa Celular) etc. vão continuar. Querem o quê? O Bolsa Família cresceu em plena expansão da economia! Se deu, não tira mais.
O que pode haver — e, com efeito, não sei o que cada um deles pensa a respeito — é um tratamento mais técnico ou menos de cada um desses programas. Eu quero acabar com o ProUni? Eu, por mim, acabaria e investiria em ensino técnico. Mas sei que não haverá presidente que vá comprar essa briga. E até compreendo os motivos. Mas é evidente que se pode moralizar a farra, não é?, mudando as características do Enade, por exemplo, fazendo com que fique mais evidente a qualificação que cada universidade está oferecendo. E é óbvio que o credenciamento para o ProUni deveria estar ligado à qualidade da instituição.
Vai acontecer? Não sei. Desde o primeiro dia, afirmei que o caso Geysi Arruda tinha pouco valor em si e era fundamental para entendermos parte considerável de uma política pública para o ensino universitário. Desde aquele dia, o que temos visto na área é estarrecedor. Fernando Haddad tornou-se o comandante de uma usina de gente quase alfabetizada com diploma superior.
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