Assine VEJA por R$2,00/semana
Reinaldo Azevedo Por Blog Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Diretor-geral diz que ação da PF não tem caráter político. E faz uma revelação

Leiam como muita atenção o que vai abaixo. Muita mesmo. Volto depois: Por Fausto Macedo, no Estadão: “Quero que digam onde é que está o direcionamento político do nosso trabalho, eu quero que alguém me aponte qualquer conotação de cunho político no pleito da Polícia Federal pelas medidas cautelares nessa investigação”, desafiou ontem o delegado […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h54 - Publicado em 31 mar 2009, 05h25
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Leiam como muita atenção o que vai abaixo. Muita mesmo. Volto depois:

    Publicidade

    Por Fausto Macedo, no Estadão:

    “Quero que digam onde é que está o direcionamento político do nosso trabalho, eu quero que alguém me aponte qualquer conotação de cunho político no pleito da Polícia Federal pelas medidas cautelares nessa investigação”, desafiou ontem o delegado Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da PF, em reação às críticas sobre suposto interesse político da instituição na Operação Castelo de Areia.
    Em meio à pressão de lideranças do Congresso, Corrêa fez uma defesa veemente da corporação. “Quanto mais trabalha, mais a polícia é criticada. Isso não nos acua. Nossa atuação obedece rigorosamente todas as normas internas da PF, que não autorizam conotação de caráter político.” (…)

    O diretor-geral da PF falou ao Estado sobre Castelo de Areia.
    (…)

    A Polícia Federal é movida por interesses políticos?
    Em hipótese alguma. A Polícia Federal trabalha pautada em técnica, investiga fatos e não pessoas. A categoria eventual de pessoas envolvidas nos fatos pode ou não gerar uma interpretação política, mas para quem de direito. Trabalhamos no aspecto de gestão da PF e na qualidade da prova. Queremos eficiência administrativa. Uma prova robusta supera qualquer crítica, esse é o objetivo.
    Lideranças no Congresso atribuem viés político à ação da PF.
    Essas críticas surgem em função desse caso concreto (Castelo de Areia). É necessário deixar bem claro, e de forma definitiva, como a polícia tratou essa situação. Houve uma representação pelas medidas cautelares (prisões e buscas). Nessa representação, o delegado (Otávio Russo) relata e fundamenta faticamente os dados coletados na investigação. Eu quero que alguém me aponte qualquer conotação de cunho político no pleito da polícia. Na representação o delegado não faz juízo de valor sobre legalidade ou não de doações. Isso precisa ficar bem claro porque todo mundo atribui à PF a deflagração disso.
    Mas nos autos são citados partidos políticos e doações “por fora”.
    Na representação final, o delegado apontou exclusivamente crimes financeiros. O que se tornou público é um documento que não é a representação da polícia, mas que é algo legítimo. O juiz (Fausto De Sanctis) destinatário da nossa ação, no despacho de sua decisão, se socorreu de relatórios anteriores da investigação. Na medida em que vai produzindo, a polícia vai relatando. A polícia não pode ser seletiva, se tomou conhecimento de algum fato ela tem que comunicar o juiz. A polícia não pode guardar em apartado alguma coisa de que tomou conhecimento durante investigação. Mas na representação final, pelas medidas cautelares, não houve referência política.
    O juiz citou partidos com base em documentos da PF.
    Diante da nossa representação, o magistrado se valeu do acúmulo dos relatórios anteriores sem qualquer juízo de valor quanto a doações. Fundamentou sua decisão e a ela deu publicidade, o que deflagrou esse debate sobre viés político. Aqui não é crítica ao juiz. Ele pegou o conjunto dos relatórios e decidiu. O juiz tem deixado claro que políticos não são o foco da investigação. No dia da operação (quarta-feira) a PF emitiu nota esclarecendo taxativamente que o inquérito trata de crimes financeiros. Na entrevista coletiva só falamos de crimes financeiros. Como querem atribuir à PF uma ação política?

    Comento
    Muito bem, leitor. Nesta excelente entrevista, pode-se comer a casca da banana e jogar o miolo fora. Mas também se pode escolher comer o principal. Aliás, tenho cá as minhas dúvidas se o Estadão percebeu direito o que tinha em mãos.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O diretor-geral da Polícia Federal diz com todas as letras, sem palavras ambíguas: Na representação final, o delegado apontou exclusivamente crimes financeiros. O que se tornou público é um documento que não é a representação da polícia, mas que é algo legítimo. O juiz (Fausto De Sanctis) destinatário da nossa ação, no despacho de sua decisão, se socorreu de relatórios anteriores da investigação.

    Isso significa que, segundo o diretor-geral da PF, quem deu o viés político para o relatório, embora tenha dito depois que os políticos não estavam sob investigação, foi o juiz Fausto De Sanctis”. E ainda: “O magistrado se valeu do acúmulo dos relatórios anteriores sem qualquer juízo de valor quanto a doações. Fundamentou sua decisão e a ela deu publicidade, o que deflagrou esse debate sobre viés político.”

    Como eu leio isso tudo? Parece que o próprio governo está interessado em fazer saber — e os destinatários da mensagem sãos os partidos e os doadores de campanha — que ele e sua polícia não são responsáveis pelo qüiproquó no mundo político. Afinal, quando o assunto é doação de campanha, fica-se como naqueles filmes em que, se um saca a arma, todos morrem ao mesmo tempo.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.