Dirceu na imprensa burguesa em busca da anistia
Por Malu Delgado na Folha desta sexta: “Um ano após ter o mandato cassado, impossibilitado de se candidatar a qualquer cargo eletivo até 2015, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de Oliveira e Silva, 60, afirma, em entrevista à Folha, que sua vida profissional, pessoal e política está ‘organizada e serena’. A obsessão de […]
FOLHA – O sr. está mesmo decidido a trabalhar pela anistia já em 2007?
(…)
FOLHA – Do que o sr. sentiu mais falta fora de Brasília?
DIRCEU – De Brasília. Eu gosto da cidade. Não [sinto falta] do governo. Tenho noção que do governo você participa num período determinado.
(…)
FOLHA – O PIB no terceiro trimestre foi de 0,5%. Deve fechar o ano em menos de 3%. Ainda assim o sr. acredita em crescimento de 5%?
DIRCEU – Claro que dá. O Brasil está modernizando suas ferrovias quase que de maneira silenciosa. E não pode resolver problemas de portos? O que precisa é decisão política, vontade política, e de quebrar a burocracia e os entraves.
(…)
FOLHA – E o slogan antiprivatizações adotado por Lula?
DIRCEU – E com razão, contra a idéia de privatizar Petrobras, BB e Caixa Econômica. O Brasil é um dos únicos países da América Latina que tem os fundos de pensões, tem o FAT, tem os bancos públicos de fomento e desenvolvimento. O BNDES tem um programa maior que o Banco Mundial. Como é que você vai [privatizar]?
FOLHA – A campanha antiprivatização então é restrita? O resto pode [privatizar]?
(…)
FOLHA – O sr. diz que não faz lobby. Mas tem informações privilegiadas.
DIRCEU – Eu não fui ministro da Fazenda nem presidente do Banco Central, não sou presidente de banco. Eu faço o que todo mundo faz. Dou palestras, traço cenários. O presidente Fernando Henrique Cardoso pode e eu não? Eu obedeci ao que a lei manda. Faz um ano e meio que eu saí do governo. Não tenho nenhuma relação com o governo. Eu trabalho 12, 14 horas por dia. Eu leio tudo o que está acontecendo. Assinante lê mais aqui