Dicta&Contradicta
Hoje estou cheio de dicas, não? Vejam aí a capa da revista semestral Dicta&Contradicta, uma publicação do Instituto de Formação e Educação. Na terça passada, eu os deixei mais cedo para comparecer ao lançamento da publicação. O principal mérito da revista é não ter medo de ser ambiciosa, fruto da ousadia de um grupo de […]

Já na abertura, a revista traz uma competente edição que Guilherme Malzoni Rabello fez de três últimas aulas dadas pelo poeta Bruno Tolentino — 8, 15 e 22 de maio de 2007; Bruno morreu poucos dias depois, em 27 de junho. O texto é delicioso porque mantém aquela que era uma das qualidades mais notáveis do poeta: era douto, mas não afetado; conciliava alguns achados burilados em sua espantosa cultura com uma linguagem desassombrada, a que não faltavam humor corrosivo com (e contra) o mundo e uma finíssima auto-ironia. Que saudade do meu amigo!
Recomendo Dicta&Contradicta. Ela não tem medo de enfrentar a linguagem acadêmica, mas não é uma revista da academia. Sim, conserva esse sotaque — em alguns textos, eu o considero ainda excessivo e um tanto hostil aos não-iniciados: mas este é um bom mal da juventude. Acaba passando. Não é acadêmica, mas também não busca ser “moderninha”, já desde a diagramação, muito sóbria e elegante. Não pisca nem mesmo um olho — sobretudo o esquerdo — para a maçaroca de bobagens que se lê no jornalismo cutural.
Vida longa para Dicta&Contradicta!