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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Desconstruindo as bobagens do ombudsman da Folha

Leitores andaram afirmando que exagero no caso Emir Sader — “um sujeito sem importância”, para sintetizar, de forma, digamos, neutra, o que dizem dele. Já respondi num post em que afirmei que o episódio remete à essência do conflito que, entendo eu, vivemos hoje: a democracia num país sob o Estado de Direito em confronto […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h59 - Publicado em 19 nov 2006, 05h53
Leitores andaram afirmando que exagero no caso Emir Sader — “um sujeito sem importância”, para sintetizar, de forma, digamos, neutra, o que dizem dele. Já respondi num post em que afirmei que o episódio remete à essência do conflito que, entendo eu, vivemos hoje: a democracia num país sob o Estado de Direito em confronto com a sociedade da militância e da reclamação, capitaneada pelo PT. Sader, evidentemente, está nesse segundo grupo. Mas não só ele. O ombudsman da Folha de S. Paulo, Marcelo Beraba, também está. Tanto está que, na prática, nomeia Sader editor do jornal. Beraba acha normal que o “sociólogo” decida quem escreve ou não na Folha. Beraba demitiu o diretor de redação. Explico abaixo. Será preciso ler até o fim. E é longo.

Já escrevi aqui algumas vezes que Beraba é, como direi?, “marcado a mercado”: marcado pelo mercado petista de opiniões. A petezada fica enfezada — no que é assistida até pela etimologia — e manda e-mail pra ele. Pronto! Sempre consegue o que quer. Não sei o que Beraba costuma ler — ou se costuma. Mas certamente nunca leu Robert Hughes: A Cultura da Reclamação. Recomendo. Entenderia melhor o seu ofício. Sader, leitores, tornou-se tão “importante” que é o único tema do ombudsman do maior jornal do país neste domingo. O que faz Beraba? Cada um chame como quiser: o fato é que ele defende o sociólogo que escreve “expoliação”, “opróbio” e “Getulho”.

Beraba é, para mim, um simples colunista — na minha opinião, mais um da grei petista. Há tantos, que ele não chega a ser notável nesse ofício. Há pessoas que defendem o PT com argumentos melhores do que os dele e com mais coragem. Como colunista, ele tem, claro, o direito de opinar como bem entender. O que não pode — e aí não pode — é tentar impedir que outros divirjam dele. Mais ainda: ombudsman que é, pesa-lhe, de forma especial, o falseamento de um fato. E ele falseia, como demonstrarei abaixo. Beraba se comporta em seu texto como o Rogério Cezar de Cerqueira Leite do jornalismo: para que seu artigo faça sentido, é forçado a omitir dados da realidade. Não pega bem ao jornalista. Não pega bem ao ombudsman.

Em sua coluna, ele omite, claro, que o caso Emir Sader foi noticiado aqui, com exclusividade, no dia 31 de outubro. E que este blog ficou atento ao que havia de dimensão pública no debate. Não é a primeira vez que o faz. Beraba está entre aqueles que não dão “bola para a direita”. Ok. Eu dou bola para a esquerda. Tereza Cruvinel já disse em seu blog que não gastava bytes comigo. Eu respondi que gastava com ela. Quem dá aos pobres, escrevi então, empresta a Deus. E continua a emprestar… Segue abaixo, em azul, o texto de Beraba, interrompido por comentários meus, em vermelho.

A FOLHA NOTICIOU, no dia 2, que o sociólogo e cientista político Emir Sader foi condenado por crime de injúria a um ano de detenção, em regime aberto, substituída por serviços à comunidade por ser réu primário, e à perda do cargo de professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).Ele foi processado pelo senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, por um artigo publicado em 2005, na internet, na agência “Carta Maior”, em que acusava o político de racismo. Bornhausen havia dito, referindo-se ao PT, que “a gente vai se ver livre desta raça por pelo menos 30 anos”.Sader escreveu que o senador “é das pessoas mais repulsivas da burguesia brasileira” e “revela agora todo o seu racismo e seu ódio ao povo brasileiro com essa frase, que saiu do fundo da sua alma -recheada de lucros bancários e ressentimentos”. Sader defendeu no artigo que o senador deveria ser processado por discriminação e racismo.
Vamos ver:- Beraba fala do que a Folha — e todos os jornais — noticiou no dia 2. Este blog deu a notícia no dia 31. E já trazia a íntegra do artigo de Sader.
– Beraba é omisso ao resumir o conteúdo do artigo de Sader. Aliás, é provável que não o tenha lido. O que ele traz entre aspas é rigorosamente igual àquilo que trazia o artigo de Rogério Cezar de Cerqueira Leite — em defesa de Sader. É um resumo indecoroso. Os crimes contra a honra têm matizes. Beraba, um ombudsman, remédio do mau jornalismo, deveria saber disso. Se eu escrevesse: “O ombudsman da Folha se comporta como uma canalha”, estaria apenas exercendo o meu direito de opinião; se, no entanto, escrevesse, “o ombudsman da Folha é um canalha”, aí já caberia um processo por injúria.
– Não, Beraba! Não foi só isso o que Sader afirmou. Eu refresco a sua memória: “senador racista”; “[uma das] pessoas mais repulsivas da burguesia brasileira”; “adepto das ditaduras militares”; “[portador de] ódio ao povo brasileiro”; “repulsivo”, “proveniente de uma região do Brasil em que setores das classes dominantes se consideram de uma raça superior”, “[vive em meio a] fascistas”; [Bornhausen refere-se] ao povo [como] negros, pobres, sujos, brutos”; [é alguém que] se lambuza com a crise atual”; [dono de uma] mente suja”; [Bornhausen será] banido pelo opróbrio”; [mostra] conivência com a miséria”; [Bornhausen é] uma pessoa abjeta”; [pertence ao grupo que sempre governou o Brasil] roubando, explorando, assassinando trabalhadores”
– A sua síntese, Beraba, é a versão Rogério Cezar de Cerqueira Leite. Um péssimo jurista. Desaconselhável para jornalistas.

No dia seguinte à publicação da notícia da condenação, a Folha selecionou duas cartas no seu “Painel do Leitor”, uma lamentando a sentença da Justiça -“repugnante, ultrajante”- e outra aplaudindo o juiz responsável pela condenação -“Que sirva de lição!”
Empate. Como gosta a Folha. Quem desempata é o ombudsman, como se verá…

Na segunda-feira, dia 6, o editor de “Brasil” (editoria responsável pelo noticiário político), Fernando de Barros e Silva, publicou um artigo na página de opinião bem provocativo, como é de seu estilo, em que considerava a sentença absurda -“de fazer inveja a Kafka, e deve ser revista”-, mas defendia o direito de o senador Bornhausen processar Sader. Lembrou que Chico de Oliveira foi processado por Delúbio Soares quando rompeu com o PT e apontou para os desvios do partido -“o modo de vida gangsterizado de petistas no poder”, na tradução de Barros e Silva.O que é um artigo “provocativo”? “Provocação”, na linguagem esquerdista (sei porque já estive doente), eram as ações da direita para induzir a esquerda, coitadinha!, ao erro. Um artigo “provocativo” vale mais ou menos do que um artigo qualquer?Noto também que Beraba tem uma avaliação do “estilo” de Barros e Silva: “provocativo”. Não me parece que ele goste muito disso, não. Tanto que diz: “como é de seu estilo”. Existirão articulistas em jornal que não tentem “provocar” a inteligência do leitor? Que busquem se adaptar à metafísica influente e às correntes consagradas de opinião? Pô, Otavio Frias Filho: manda essa gente embora!Beraba destaca — tentará fazer justiça a Barros e Silva? — ter o articulista observado que Bornhausen tinha direito de recorrer à Justiça. Só faltava dizer o contrário… E escreve mais: “[Barros e Silva] lembrou que Chico de Oliveira foi processado por Delúbio Soares quando rompeu com o PT e apontou para os desvios do partido –‘o modo de vida gangsterizado de petistas no poder’, na tradução de Barros e Silva.” Huuummm. Adoro sublinhas de texto. Creio que Beraba crê que esse “modo gangsterizado de petistas” compõe um dos aspectos “provocativos” do jornalista. Acho que ele não concorda com isso…O pretexto do artigo foi a circulação de um abaixo-assinado a favor de Sader e contrário à sentença.Quem precisa de pretexto é tarado. Um jornalista precisa de fatos. E havia um fato. A palavra escolhida por Beraba tenta desqualificar a crítica a Sader.A motivação pode ser explicada por um trecho do artigo: “A reeleição de Lula destampou a sanha vingativa de parte do baixo clero petista e reacendeu a tentação autoritária que ronda certos áulicos do Planalto, no governo e na mídia”.Houve reação de leitores ao artigo, não por esse resumo que fiz, mas pelo início do texto, onde desqualifica o sociólogo: “Como intelectual, Emir Sader é um zero à esquerda”.Reações de quem? Beraba deveria parar de dar bola às “reações”. Se os leitores deste blog resolverem entupir a sua caixa com e-mails, ele será tentado a achar que o Brasil foi tomado por um surto de… “reacionarismo”, e não de bom senso, hehe. Ninguém pode negar aquilo que foi. Eu não nego. Comecei na militância política muito cedo. Fui trotskista dos 14 aos 21 anos. O trotskismo, apesar do horror, tem uma vantagem sobre o stalinismo: é minoria e se comporta como tal. Creio que não restou nada da esquerda em mim a não ser isto: eu quero que as “reações” se danem. Stalinistas anseiam ser compreendidos pelas massas… São paternais com o sentimento das “maiorias” — que são sempre “maiorias” que funcionam como esbirros d’O Partido. Saia dessa vida, Beraba. Mais uma vez, você está sendo pautado pelo PT.

Na segunda-feira seguinte, Barros e Silva voltou ao ataque (…)
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Ops! Barros e Silva voltou ao tema, não “ao ataque”. Você está sendo preconceituoso, Beraba. Mau comportamento para um juiz.

(…) com a coluna “Decifrando o enigma”, em que considera o manifesto pró-Sader “oportunista e hipócrita” e informa que o próprio Sader era testemunha de um processo contra César Benjamin, candidato a vice na chapa de Heloísa Helena (PSOL) na eleição presidencial, por calúnia e difamação. Segundo o jornalista, Benjamin estaria sendo processado por ter difundido que uma editora, ligada a Sader, teria superfaturado a publicação do livro “Governo Lula: Decifrando o Enigma”.
Beraba deixa de informar aqui e adiante que Benjamin tem um e-mail em que Emir Sader combina com a dona da Editora Boitempo a publicação de um livro antes da realização da licitação. Fica parecendo que Barros e Silva “voltou ao ataque” porque não gosta de Sader.

Novas cartas de leitores. No dia 10, a colunista Barbara Gancia publicou outro artigo também bem crítico em relação a Sader, “Lata de lixo, já!”
O relato parece objetivo, mas se está construindo um roteiro em que Sader aparece como vítima. Já são dois contra ele: Barros e Silva e Barbara Gancia. Ela escreveu, diga-se, no aludido texto, que este é o melhor blog de política atualmente. Obrigado, Barbara.

No dia 16, o jornal editou um texto de Rogério Cezar de Cerqueira Leite, do Conselho Editorial da Folha, em que analisa e critica com ironia a sentença que condenou Sader: “E ainda dizem que a Justiça brasileira não é eficiente. No governo militar, foi preciso um Ato Institucional para expulsar professores da USP”.
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Desconstruí, com requintes de humilhação, o texto de Cerqueira Leite. Energúmeno, para dizer pouco, no que diz respeito ao Direito. Do texto, Beraba isola apenas um trecho que vitimiza Sader. Grande neutralidade a desse homem!

Recebi 18 cartas de leitores. Como sói acontecer com a correspondência para o ombudsman, apenas uma elogiava a coluna de Fernando de Barros e Silva.
Grande coisa! Recebo isso por minuto. Não entendi o “como sói acontecer”: é sempre uma minoria que elogia Barros e Silva, é isso? Tomara! Mais uma razão para que continue a escrever textos “provocativos”. Este “sói” estaria querendo dizer que a esquerda é quem sempre escreve mais, quem protesta mais, quem mais aparelha o ombudsman? Também acredito.

O “Painel do Leitor” publicou sete cartas, cinco favoráveis ao sociólogo e duas contrárias. Na edição eletrônica foram publicadas outras dez, sendo seis favoráveis, três contrárias e uma neutra em relação à polêmica.

Olhem o petismo aí, gente! De sete cartas, cinco eram favoráveis a Sader. Onde vocês estavam, leitores do Blog do Reinaldo Azevedo? Viram só? O Ombudsman ficou com a falsa impressão de que a maioria é pro-Sader. Ô, Beraba: Sader já tinha ganhado o presentinho. Não precisava do seu.
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1 – Como deixa claro Barros e Silva na sua primeira coluna, o episódio é outro capítulo do enfrentamento que vem marcando a relação cada vez mais tensa entre imprensa e petistas. Há acirramentos dos dois lados e não há sinal de trégua.

Qual episódio é manifestação de qual “acirramento”? Que história é essa de “dois lados”? Um lado é o petismo, sei bem. E o outro?

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2 – Não concordo com os termos usados por Barros e Silva para criticar Sader.
E daí? Escreva o seu artigo em defesa de Sader. Mas chame a coisa pelo nome.

Mas é um direito dele ter essa opinião.
Não brinca…


Como é direito de Sader ter a opinião que manifestou sobre Bornhausen. Se um dos personagens entende que foi injuriado, difamado ou caluniado, há o recurso legítimo à Justiça.
Ops! Beraba não entende nada de Direito e está fazendo uma defesa idiota de Sader. O sociólogo afirmou que o senador cometeu um crime inafiançável — racismo — e outro até afiançável: assassinato. Isso não é opinião, meu senhor. Opinião é isto aqui, Beraba: “seu texto e você são ignorantes”. E você não pode me processar por isso porque é um direito meu considerá-lo ignorante. Se eu o acuso, no entanto, de estar a serviço do petismo, como pessoa plantada pelo partido, no ombudsmato da Folha, aí você pode me processar. Não é um “direito” meu dizê-lo. É uma transgressão ao direito. A menos que eu tenha a prova e evoque a circunstância para evidenciar que estou certo. Sader pode tentar provar que Bornhausen é racista e assassino. E por que não o faz, Marcelo Beraba? Porque ele não dispõe das provas. Não! Não é um “direito” acusar as pessoas de crimes tipificados na Constituição ou no Código Penal.

O jornalista cioso do seu direito de opinião deve ser o campeão na defesa do direito de qualquer pessoa recorrer à Justiça ao se sentir ofendida. O recurso não viola a liberdade de expressão -a legitima.
Baixou um Conselheiro Acácio em Beraba. Ok.

3 – Vejo um problema sério nas colunas de Barros e Silva. Nas duas ele faz referência, para sustentar seus argumentos, a fatos que não haviam sido noticiados pelo jornal. Na primeira, ao manifesto a favor de Sader. Que manifesto? O jornal não noticiara a mobilização contra a sentença da Justiça, o leitor que leu as colunas desconhecia os termos do manifesto e só tinha, portanto, a opinião do editor de que era “oportunista e hipócrita”. Na segunda, cita um caso que nunca tinha sido noticiado pelo jornal, o que envolve Cesar Benjamin. O assunto só veio a ser tratado, e assim mesmo de forma inconclusa, quatro dias depois da coluna. Se o editor considerava esses fatos relevantes a ponto de usá-los, por que não os pautou para terem tratamento jornalístico? Vejo um problema aqui no chamado direito à informação.
Beraba está censurando o articulista ou o editor? Podem ser, circunstancialmente, as mesmas pessoas, mas não para a estrutura funcional do jornal. Um colunista, salvo alguma regra vigente apenas na Folha, não precisa se limitar a escrever sobre aquilo que o jornal noticiou. Isso é conversa para boi dormir. Barros e Silva deu um pequeno furo em sua coluna com a história do processo de Ivana Jinkings contra César Benjamin, em que Sader figurava como testemunha de acusação. Não pode? Todo colunista agora haverá de ser mero glosador do que o jornal já publicou, Beraba?

4 – Há uma questão mais complexa, que é o direito de resposta. Até sexta-feira, o jornal não tinha publicado uma defesa do sociólogo aos ataques que sofrera dos dois colunistas do jornal. O artigo de Rogério Cerqueira Leite é favorável a Sader, mas trata exclusivamente do teor da sentença que condenou o sociólogo, não responde às críticas de Barros e Silva e de Barbara Gancia.
Não existe direito de resposta para artigo opinativo. Beraba está se alinhando com a polícia petista. Está, ademais, repetindo os argumentos de Ivana Jinkings na sua entrevista ao site Carta Maior. Ela reclama que não foi ouvida. Ouvida em artigo? Desde quando? Em que lugar do mundo, Marcelo Beraba? De resto, quando a Folha fez reportagem sobre assunto, nem Ivana nem Sader quiseram falar. E isso Beraba também omite. De forma escandalosa. Ele, para espanto do bom senso, queria “direito de resposta!” num artigo opinativo, mas esconde do leitor que editora e sociólogo se negaram a falar com o jornal quando convidados. Ela falou, sim. No site de seus amigos: acusou Barros e Silva de integrar um complô contra o PT. Para a moça, criticá-la ou a Sader é falar mal do PT inteiro. Pelo visto, Beraba concorda.

Fui procurado ao longo da semana por Sader, que reclamou do tratamento que recebeu.
É mesmo? Que surpresa! Ele só não quis falar com a reportagem.

Questionei o fato de não ter solicitado o direito de defesa. Disse-me que não sentira confiança de fazê-lo “pela forma desqualificadora das colunas e pelo fato de terem sido escritas por gente do jornal, inclusive o editor de política”. Na sua opinião, esses fatores não lhe davam “garantia de eqüidade no jornal”.
Ah, pobrezinho! Entendi tudo! Sader achava que Barros e Silva não era de confiança, mas que Beraba era. Sader tinha razão…

Disse-lhe que errou. Deveria ter solicitado, desde o primeiro momento, o direito de resposta garantido no “Manual da Redação”, além de previsto na Constituição.
Cascata, Beraba! Não existe nem no Manual nem na Constituição “direito de resposta” para artigo, para opinião. Você está desinformando os leitores. Sader poderia ter tentado a Lei de Imprensa — duvido que viesse a ser bem-sucedido. Ademais, sempre será uma chance de sabermos se Cesar Benjamin tem ou não o e-mail em que Sader combina a publicação do livro com a Boitempo antes da licitação. Eu seria capaz de jurar que ele tem esse documento… Sader reclama com Beraba porque é uma cama quente para a esquerda.

Não acredito que o jornal se recusasse a publicar um artigo do sociólogo ou de alguém que saísse em sua defesa. O jornal tem regras para polêmicas e Sader sempre teve espaço no jornal.
Beraba não fala coisa com coisa. O jornal publicou um artigo em defesa de Sader: de Rogério Cezar de Cerqueira Leite, que pertence ao Conselho Editorial da Folha e é também pai de um dos donos da Matisse, a agência de publicidade que teve um crescimento extraordinário durante o governo Lula. Sobretudo porque é uma das donas da conta publicitária da Presidência da República. Este blog noticiou isso. Beraba ignorou.

Mas acho também que o jornal deveria ter oferecido a oportunidade para a defesa, uma vez que a segunda coluna já não trazia só opiniões, mas uma acusação. Na sexta-feira, Emir Sader me informou que estava encaminhando um artigo de Roberto Leher para publicação na Folha. Aguardo.
Como é que é? A Folha tentou ouvir Sader e Ivana sobre o caso. Eles não quiseram falar. Beraba omite essa evidência. O sociólogo preferiu tricotar com o ombudsman (para certas coisas, melhor uma comadre). E até lhe disse que terceirizou a sua “defesa”. Ela será feita por Roberto Leher. Beraba não apenas achou normal o aviso, como ainda anunciou que aguarda o artigo. Alô, Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha: Sader alerta o ombudsman, com antecedência, sobre os textos que serão publicados na página 3 do jornal. Sader virou editor. Ninguém sabia disso. Só o ombudsman. E ele achou bom. Está até ansioso.

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