Depoimentos inúteis
Os depoimentos, respectivamente, dos ministros Orlando Silva (Esportes) e do general Jorge Felix (Segurança Institucional) demonstraram por que a CPMI dos Cartões não vai dar em nada. Um deles devolveu o montante dos gastos que fez — se forem considerados regulares, afirmou, pede de volta. E tratou dos tais R$ 8 da tapioca, tentando reduzir, […]
Essa história do sigilo é uma grande patacoada. Ninguém quer saber detalhes da segurança, quantos são os agentes ou coisa assim. Mas por que seria impossível informar, ao menos, as rubricas dos gastos?
Por que afirmo que são depoimentos inúteis? Porque os gastos que se conhecem — os que estão no tal Portal da Transparência — serviram para lançar dúvidas sobre aqueles que não se conhecem. Ora, não há mais qualquer segredo sobre os dados relativos aos anos FHC, não é mesmo? O próprio Planalto admite ter feito uma “base de dados” para alimentar a CPI. E cadê a “base de dados” relativos à era Lula? Aabram-se as contas. Não seria simples?
De tudo, o que acho realmente espetacular é o general Felix dizer numa CPI que, no fim das contas, quem define o que é e o que não é secreto é o próprio governo. Sem que haja uma lei especificando os casos. Dado o vazio legal, então é proibido? Se isso não é coisa do general, então é da generala.
Noves fora, toda essa confusão existe porque querem esconder os gastos de Lula e sua família. Enquanto os de seu antecessor são postos em praça pública por meio de um dossiê criminoso.