De reuniões inúteis e decisões úteis
Vocês sabem o que penso do apoio do PSDB ao PT na disputa pela Presidência da Câmara. Um erro histórico. Desde o começo, o certo, entendo, teria sido buscar uma alternativa junto com o PFL e o grupo agora identificado com a chamada Terceira Via. Quando menos, aumentaria bastante a chance de um segundo turno, […]
Digamos que se determine a) neutralidade; b) apoio a Aldo Rebelo ou c) apoio à Terceira Via. Os deputados são obrigados a seguir? O voto é secreto. Pensando bem, essa reunião tem toda a cara e o jeito de uma desnecessidade. E só vai servir para lavar roupa suja. Por que não se reúne de vez a bancada tucana e se faz uma prévia, desta vez formal? E, ainda assim, a exemplo do que se deu no PMDB, vai-se saber a preferência da bancada, não contar os votos certos. Cada deputado acabará fazendo o que achar melhor.
O curto-circuito no PSDB não é pequeno. Poderoso PT! Quem comandará a reunião da Executiva? Tasso Jereissati? Ele vai entregar os cargos que tem no governo de Cid Gomes ou não? Ele é contra que Jutahy Jr. faça o presidente da Assembléia baiana, mas é favorável ao condomínio com Cid no Ceará, decisão que não passou, como se sabe, pelo partido? Estará presidindo a reunião em nome dos tucanos ou como possível apoiador da candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República em 2010? Na hora da argumentação, Tasso falará como fiel escudeiro do partido que ele traiu em seu Estado?
Uma reunião como essa, tudo indica, vai parecer uma briga de foice no escuro, e todos sairão derrotados ao fim. Vou insistir numa questão já exposta aqui: a crise é de comando. E não é recente. Há muitos São Jorges de casa de tolerância evocando princípios morais e bons costumes, fazendo-se agora de agravados. O juízo recomenda que se reúna logo a bancada e se tire uma posição, ainda que a decisão seja ruim. E, ato contínuo, que se pense na reestruturação do partido, dando-lhe o que hoje não tem: comando.