De caras-pintadas e caras-de-pau
Vejam que coisa interessante. Volto em seguida: Por Flávia Guerreiro e Flávia Foreque: Líder do movimento dos caras-pintadas na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), o senador Lindberg Farias (PT-RJ) reencontrou seu ex-desafeto político nesta terça-feira, no plenário do Senado. Os dois conversaram por alguns minutos, quando a sessão já estava […]
Vejam que coisa interessante. Volto em seguida:
Por Flávia Guerreiro e Flávia Foreque:
Líder do movimento dos caras-pintadas na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), o senador Lindberg Farias (PT-RJ) reencontrou seu ex-desafeto político nesta terça-feira, no plenário do Senado. Os dois conversaram por alguns minutos, quando a sessão já estava encerrada, trocaram sorrisos e apertos de mão.
O petista foi empossado nesta terça-feira como senador, cargo que Collor ocupa desde 2007. Os dois vão conviver lado a lado na Casa nos próximos quatro anos, mas Lindberg afirma que as diferenças do passado não vão refletir na relação dentro do Legislativo. “Aquele foi um momento da história do país. Ele foi gentil comigo, apertou minha mão”, disse Lindberg.
O petista é cotado para assumir o comando da Comissão de Infraestrutura do Senado, cargo ocupado por Collor até o final do ano passado. Segundo o petista, o ex-presidente vai “trocar informações” sobre a comissão se Lindberg for efetivamente eleito para o cargo. “Ele disse que se eu for sucedê-lo na comissão, vai passar tudo para mim”, afirmou.
Collor, com mandato até 2015, não participou da cerimônia de posse dos novos senadores – ele apareceu no plenário apenas para a eleição da Presidência da Casa. Ficou sentado ao lado do candidato do PSOL, Randolfe Rodrigues (AP), ex-cara pintada, com quem o ex-presidente também conversou.
“Ele me cumprimentou após meu discurso no plenário e perguntou a minha idade. Ele não perguntou o que eu estava fazendo 18 anos atrás. Mas se tivesse perguntado, eu teria dito [que foi cara-pintada]”, afirmou Randolfe. Lindberg observou o ex-presidente ao longo do dia, mas somente depois que o Senado encerrou todas as sessões do dia os dois ficaram frente a frente. “Foi um encontro ocasional, ele estava atrás de mim”, disse o petista.
Comento
O PSOL, vá lá, está formalmente na oposição ao PT — oposição à esquerda.No segundo turno, apoiou Dilma.
Mas Lindberg e Collor, ah, esses agora pertencem à base do governo; estão juntos, irmanados num mesmo projeto de Brasil. Collor, evidentemente, não mudou. O convencional seria considerar que, então mudou o outro. Eu ousaria dizer que os dois são o que já eram e estavam destinados a ser, entendem?
Alguns eram caras-pintas, outros eram caras-de-pau; outros ainda eram caras-de-pau, mas pintados.