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Reinaldo Azevedo

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Cubanos: a Operação Condor do governo Lula

Na sexta-feira, publiquei os seguintes posts sobre os boxeadores cubanos. Peço que vocês os leiam (ou releiam). Retomo em seguida: Cubanos: o Brasil está prestes a cometer um crime político O Brasil está prestes a fazer um servicinho déspota moribundo, rejeitado até pelo inferno, a Fidel Castro: a Polícia Federal anunciou que vai deportar os […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h16 - Publicado em 7 ago 2007, 00h35
Na sexta-feira, publiquei os seguintes posts sobre os boxeadores cubanos. Peço que vocês os leiam (ou releiam). Retomo em seguida:

Cubanos: o Brasil está prestes a cometer um crime político

O Brasil está prestes a fazer um servicinho déspota moribundo, rejeitado até pelo inferno, a Fidel Castro: a Polícia Federal anunciou que vai deportar os lutadores de boxe Erislandy Lara, de 24 anos, e Guillermo Rigondeaux, de 25, que abandonaram a delegação do Pan, fugindo da ditadura. A alegação oficial: falta de documentos. É mesmo? Cadê o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para interceder a favor dos dois rapazes? Cadê a oposição? Mandá-los de volta para Cuba corresponde a enviar dois inocentes ao calabouço de uma ditadura feroz. É evidente que eles merecem o estatuto de refugiados políticos. E a razão é óbvia: deixar a ilha sem a autorização do morto-vivo é um crime político.Nessas horas, devemos mesmo sentir vergonha do governo que temos — e também de quem o elegeu, por que não? O país que quer enviar dois atletas à cadeia é o mesmo que concedeu asilo político definitivo a um terrorista das Farc: Camilo Collazzos, também conhecido como Padre Olivério Medina. Compreendo. Este senhor chegou a participar de reunião com petistas numa chácara nos arredores de Brasília, ocasião em que, segundo um agente da Abin, teria acenado com US$ 5 milhões para a campanha de Lula. Todo mundo nega tudo, é claro. O fato é que o relatório do agente existiu e que o Senado investigou a acusação. Uma coisa se pode afirmar com certeza: hostil às Farc, o governo brasileiro não é. Tanto que se ofereceu como território neutro para um encontro entre os narcoguerrilheiros e o governo colombiano. Neutro? Entre a institucionalidade o narcobanditismo, o Planalto se declara eqüidistante?Volto aos cubanos. Volto a Medina. Um dos maiores entusiastas da concessão de asilo a Medina era Suplicy — onde houver um oprimido, ele está lá. Só não sei se faz o mesmo com os oprimidos do comunismo. Enquanto Medina esteve preso no Brasil, foi visitado pelo petista.O Brasil tem um Conselho Nacional para os Refugiados (Conare). Ele é composto por representantes do:– Ministério da Justiça, que o preside;– Ministério das Relações Exteriores, que exerce a Vice-Presidência;– Ministério do Trabalho e do Emprego;– Ministério da Saúde;– Ministério da Educação e do Desporto;– Departamento da Polícia Federal;– Organização não-governamental, que se dedica a atividade de assistência e de proteção aos refugiados no País – Cáritas Arquidiocesana de São Paulo e Rio de Janeiro;– Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – ACNUR, com direito a voz, sem voto.Ao Comitê Nacional para os Refugiados cabe:I – analisar o pedido sobre o reconhecimento da condição de refugiado;II – deliberar quanto à cessação “ex officio” ou mediante requerimento das autoridades competentes, da condição de refugiado;III – declarar a perda da condição de refugiado;IV – orientar e coordenar as ações necessárias à eficácia da proteção, assistência, integração local e apoio jurídico aos refugiados, com a participação dos Ministérios e instituições que compõem o CONARE;V – aprovar instruções normativas que possibilitem a execução da Lei nº 9.747/97.O Conare tem um e-mail, a saber: conare@mj.gov.brA Coordenação Geral do Comitê fica no Ministério da Justiça, Anexo II, sala 502. Os telefones são estes:(61) 3226-3566 e 3218-3659Fax: (61) 3226-2781Mande o seu protesto. Entre na página do Senado (www.senado.gov.br) , veja os e-mails dos senadores e tente interceder em favor dos cubanos. Retransmita essa mensagem por e-mail, MSN, Orkut etc.*Ainda os cubanos e uma estranha versão

A PF está dizendo que os dois cubanos estão arrependidos e querem voltar. Até havia pouco, é com essa informação que queriam que nos contentássemos, já que estava proibido falar com os dois boxeadores. Estranho, não? Eles são caçados pela Polícia e, encontrados, pedem para voltar a seu país, diretamente da liberdade para a cadeia?

Retomando

O Brasil se comportou como mero braço da polícia secreta cubana e do regime assassino de Fidel Castro. É impressionante que poucos jornalistas tenham se ocupado do assunto ou lhe dado a devida dimensão. Preferiam bater na “classe média” que foi à rua protestar contra Lula — ah, esse bando de direitistas…

Mais: o Ministério Público havia decidido investigar se os cubanos tinham sido alvos de alguma abordagem ilegal — e se informou que ficariam no Brasil enquanto durasse a investigação. Mentira! Vejam lá: escrevi na sexta. No dia seguinte, eles já tinham ido embora. O jornal de domingo fecha no sábado — parte dele na sexta. Quando a coluna do Gaspari saiu, os presos políticos do governo Lula já não estavam mais em solo brasileiro.

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Vergonha. Escárnio. Voltamos aos piores tempos da ditadura militar, àqueles da Operação Condor, que previa a colaboração entre as polícias secretas das várias ditaduras latino-americanas, incluindo a brasileira. Vejam que ironia: os pugilistas cubanos, que, segundo a versão oficial, queriam voltar para casa, foram encontrados graças a um “serviço de inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública” — um órgão do Ministério da Justiça e bem mais próximo da Presidência da República do que a própria Polícia Federal.

As esquerdas, claro, fecharam a boca. Nem uma miserável palavra. O DEM protestou. Divulgou uma nota oficial de repúdio. PSDB, por meio do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), também reagiu. É isso aí. Este governo não dá asilo a dois atletas que querem fugir da tirania. Alega que eles estavam sem passaporte. O que ele recebe de braços abertos é um narcoterrorista, como Olivério Medina.

Em 1936, o governo de Getúlio Vargas deportou a judia alemã Olga Benário, mulher de Luiz Carlos Prestes, para a Alemanha nazista. Entregou-a à Gestapo. Estava grávida de sete meses. Ela não era flor que se cheirasse. Estava no Brasil para fazer a revolução comunista, a serviço da União Soviética — o golpe de 1935 fracassa, e ela e o marido são presos. Extraditá-la, no entanto, para seu país de origem, dado que judia e, ainda por cima, grávida, foi uma das muitas patifarias de Getúlio. Era o mesmo que condená-la à morte, o que acabou acontecendo: foi assassinada em fevereiro de 1942, numa câmara de gás do campo de Bernburg. Em 1945, Prestes sai da cadeia, alquebrado pela tortura e, acreditem!, dá apoio a Getúlio “contra os reacionários”!!! Há certas coisas na esquerda que não têm cura…

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Sim, sei bem. Trata-se de coisas de escalas imensamente distintas. Estou apenas destacando a escola moral a que pertence essa gente. Fidel Castro, o patife perigoso, talvez exiba cenas dos dois pugilistas, felizes na ilha. Se houver, será só peça de propaganda. Sabemos que desertar, ou tentar fazê-lo, é dos crimes mais graves que se podem cometer naquela tirania homicida.

A forma com que foram deportados também lembra o Estado de terror: sem qualquer apelo, sem qualquer chance, sem que pudessem ser ouvidos. Traficantes que entram no país com cápsulas de cocaína no estômago e no intestino dão entrevistas. Dois garotos fugidos da ditadura comunista foram mantidos incomunicáveis. Pra quê? O que o Brasil efetivamente ganha entregando ao calabouço dois inocentes? Nada. Apenas reforça a sua condição de país líder dos “alternativos” na América Latina, que fazem a sua política externa sem se vergar às pressões dos EUA.

Essa gente é um lixo.

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