Agradeço-lhes comovido os convites para migrar das hostes corintianas, mas, sabem?, parte de nós é o que é: a gente se olha no espelho desde muito cedo e diz para si mesmo: “Você é isto”. E eu sou isto: corintiano. Se eu fosse o Apedêutis (que se diz do meu time, vou fazer o quê?), […]
Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 22h33 - Publicado em 5 abr 2007, 15h15
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Agradeço-lhes comovido os convites para migrar das hostes corintianas, mas, sabem?, parte de nós é o que é: a gente se olha no espelho desde muito cedo e diz para si mesmo: “Você é isto”. E eu sou isto: corintiano. Se eu fosse o Apedêutis (que se diz do meu time, vou fazer o quê?), ainda poderia alegar bravata. “Opa, tava enganado”. Mas não há hipótese. Ah, claro, meu pai era corintiano, minhas filhas são corintianas — uma delas é da equipe de futebol da escola e treina com a camisa do Timão… Trata-se daquela máxima geralmente atribuída a Nietzsche (não que lhe seja estranha), mas que é de Píndaro: a gente se torna aquilo que é — ou no modo imperativo: “Torna-te quem tu és”, que também é uma espécie de lema da tragédia antiga, um destino: não adianta lutar. Como Édipo. Não sou inteiramente partidário desse fatalismo, mas certamente sou menos crente nas possibilidades de mudar a escrita do que pretende a sociologia da aprendizagem. Lembram-se do Machadão de Brás Cubas? “O menino é o pai do homem”. Xiii… Fico pensando nessas coisas enquanto grito (gritava, quando havia motivos) nos estádios: “Tiiimããão, Tiiimããão…”
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