Conselho de Segurança da ONU vai discutir resolução que pede que Rússia deixe a Geórgia
Da Reuters. Comento depois:Um rascunho dos países ocidentais de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU divulgado nesta terça-feira, 19, pede que a Rússia cumpra o plano de cessar-fogo com a Geórgia e retire suas tropas imediatamente para as posições anteriores ao conflito. O esboço do texto, que deve ser considerado pelo Conselho mais […]
Um rascunho dos países ocidentais de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU divulgado nesta terça-feira, 19, pede que a Rússia cumpra o plano de cessar-fogo com a Geórgia e retire suas tropas imediatamente para as posições anteriores ao conflito. O esboço do texto, que deve ser considerado pelo Conselho mais tarde, também pede o retorno das forças georgianas para suas bases.
O documento reafirma o compromisso dos países membros da ONU “com a soberania, independência e integralidade territorial da Geórgia, dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente.”
O novo texto substitui outro que endossou a trégua promovida pelo presidente francês Nicolas Sarkozy, assinada pela Rússia e Geórgia. A reunião a portas fechadas foi seguida de um encontro no qual o Conselho foi informado da situação no Cáucaso por autoridades da ONU.
O presidente russo Dmitri Medvedev disse nesta terça-feira que Moscou busca uma resolução para ser incluída no texto do plano de paz. O Kremlin informou que o Medvedev conversou com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre uma resolução para a província separatista de Ossétia do Sul.
Alguns tanques russos deixaram Gori, cidade-chave da Geórgia, nesta terça-feira, mas a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que estava congelando as relações com Moscou até que todas as forças russas saiam do território georgiano. O governo russo informou que suas tropas voltarão para posições anteriores ao conflito até sexta-feira, 22.
Comento
A Rússia é um dos cinco membros permanentes do Conselho e pode — e vai — vetar a resolução. Pouco mais de uma semana, e três coisas ficam evidentes:
a) o caráter obviamente agressor da Rússia;
b) o comportamento tíbio da esmagadora maioria da imprensa ocidental;
c) as chamadas democracias ocidentais, exceção feita aos EUA, ainda não venceram o vício da estupefação paralisante diante de um país agressor.