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Reinaldo Azevedo

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Conflito no Oriente Médio amplia ataques anti-semitas na Europa

Por Andrei Netto,  no Estadão: Pouco antes das 8 horas de terça-feira, 8 de junho, um jovem de origem árabe magrebina começou a percorrer os vagões de um trem do metrô que se dirigia a Argenteuil, na periferia de Paris. Em voz alta e tom agressivo, interpelava os passageiros: “Você é judeu? Você é judeu?” […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h05 - Publicado em 13 jun 2010, 08h45

Por Andrei Netto,  no Estadão:
Pouco antes das 8 horas de terça-feira, 8 de junho, um jovem de origem árabe magrebina começou a percorrer os vagões de um trem do metrô que se dirigia a Argenteuil, na periferia de Paris. Em voz alta e tom agressivo, interpelava os passageiros: “Você é judeu? Você é judeu?”

Ao ser indagado, o engenheiro Maurice A., de 45 anos, argumentou: “No que isso pode lhe interessar?”

“Você viu o que seus primos fizeram em Gaza?”, questionou o jovem, sem esperar resposta. “Eu não gosto de judeus. Vou quebrar a sua cara.” O engenheiro foi espancado repetidas vezes no rosto, jogado ao chão e agredido a chutes no tórax, no abdômen e na cabeça. Socorrido por passageiros que testemunharam a brutalidade dos atos, Maurice foi hospitalizado. Hoje, não corre mais riscos.

Seu caso foi encaminhado à Justiça, onde será analisado como mais uma agressão de caráter anti-semita dentre as praticadas com cada vez mais frequência na Europa há 18 meses. Depois de dez anos de baixa contínua, o número de ataques contra judeus vem crescendo desde que o Exército de Israel bombardeou a Faixa de Gaza, em janeiro de 2009.

Ao usar da força militar para se defender, o governo israelense aperta o cerco ao Hamas e garante a segurança de seus 7 milhões de habitantes, mas, ao mesmo tempo, expõe judeus de todo o mundo a hostilidades mais recorrentes.

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A advertência de que uma onda de violência contra judeus está em curso na Europa vem sendo feita por acadêmicos e organizações não-governamentais (ONGs) de defesa dos direitos humanos. Em todo o continente, pelo menos 1,1 mil incidentes anti-semitas – 49% deles contra o patrimônio – foram registrados em 2009, contra 559 em 2008, de acordo com a classificação da Universidade Tel-Aviv. A maior parte dos casos se concentra na França e na Grã-Bretanha, onde vivem as maiores comunidades judaicas da Europa – em torno de 500 mil e 250 mil, respectivamente.

Segundo ONGs locais, entretanto, os números são mais graves que os revelados pela Universidade Tel-Aviv. De acordo com um relatório da Comissão Nacional Consultiva de Direitos do Homem (CDCDH), em 2009 foram registrados 815 casos de agressões e ameaças de caráter anti-semita só na França. Em 2008, haviam sido 459 ocorrências. Marc Leyenberger, advogado e autor do relatório da CDCDH, atribui a maior parte dos incidentes ao conflito em Gaza, mas alerta que a crise econômica na Europa também desempenha um papel. “Em situação de precariedade, uma parte da população tende a procurar um bode expiatório”, afirmou.

O certo é que os casos se multiplicaram em 2009 e 2010. Em 11 de janeiro de 2009, nove coquetéis molotov foram lançados contra um centro comunitário judeu de uma sinagoga de Saint-Denis. Desde então a violência, que obrigou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, vir a público condená-la como “atos inadmissíveis”, não para, e os casos de cemitérios profanados, sinagogas atacadas e judeus – religiosos ou não – agredidos verbal ou fisicamente se proliferam.

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