Como vivem os pugilistas que o governo Lula devolveu a Fidel
Por Letícia Sander, na Folha:É manhã de quarta-feira em Havana, capital de Cuba, e Guillermo Rigondeaux Ortiz está em casa no bairro de Altahavana com a mulher, o filho e a mãe. Um dos melhores boxeadores do mundo não faz nada de especial. Acabara de se despedir de Erislandy Lara Zantaya, também pugilista e companheiro […]
Por Letícia Sander, na Folha:
É manhã de quarta-feira em Havana, capital de Cuba, e Guillermo Rigondeaux Ortiz está em casa no bairro de Altahavana com a mulher, o filho e a mãe. Um dos melhores boxeadores do mundo não faz nada de especial. Acabara de se despedir de Erislandy Lara Zantaya, também pugilista e companheiro de tardes desocupadas. Os dois acabam de completar seis meses afastados dos ringues, sem trabalho, numa rotina sem sobressaltos, que se resume à espera e indefinição. Rigondeaux, 27 anos, bicampeão olímpico dos pesos-galo (até 54 kg), e Lara, 24 anos, campeão mundial dos meio-médios (até 69 kg), estão proibidos de treinar com a equipe nacional de pugilistas cubanos, são evitados pelos antigos colegas e até hoje aguardam uma definição sobre o futuro, sem sinais da cúpula do regime que antes os badalavam.
“É uma tortura psicológica”, define Farah, 31, cubana que, também sem trabalho, compartilha a angústia do marido, Rigondeaux. “Ele não estava acostumado a não fazer nada. Se sente muito mal”, disse ela à Folha na quarta passada.(…)
Mesmo sem um passado glamouroso em Cuba, tudo o que Rigondeaux deseja hoje é recuperá-lo. Antes do Pan, ele permitia à família uma vida sem luxos, mas tranqüila na ilha. O governo lhe cedeu uma casa modesta de três quartos em área residencial de Havana, a cerca de meia hora do centro de treinamento de boxe. O salário, diz ele, chegava a 450 pesos cubanos mensais (cerca de US$ 20). Pouco, muito pouco, mas dentro da média cubana para médicos, por exemplo.
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