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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Código Florestal – Agora não tem jeito: a Folha está obrigada a provar o que afirma. Ou…

Há coisas na imprensa que chegam a ser assustadoras. Leio na Folha Online o que segue. Volto em seguida: Por Maria Clara Cabral: O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta quarta-feira que o projeto de alteração do Código Florestal será votado em março deste ano. A ideia é que o assunto “e […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 19h16 - Publicado em 19 jan 2011, 20h00

Há coisas na imprensa que chegam a ser assustadoras. Leio na Folha Online o que segue. Volto em seguida:

Por Maria Clara Cabral:
O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta quarta-feira que o projeto de alteração do Código Florestal será votado em março deste ano. A ideia é que o assunto “e todos os temas relacionados a ele” comecem a ser discutidos já em fevereiro.

“A minha posição é que vamos discutir em fevereiro e votar em março, e todos os temas relacionados virão para o debate. Em março vamos votá-lo, para o bem ou para o mal. Mas vai ser só para o bem né? Porque queremos que se transforme em um instrumento de garantia de rentabilidade, de trabalho para nossos agricultores e ao mesmo tempo de proteção para o meio ambiente”, afirmou Marco Maia, que deve ser eleito para permanecer na presidência da Câmara.

A Folha revelou no último domingo que as mudanças propostas pelo projeto ampliam as ocupações de áreas sujeitas a tragédias em zonas urbanas. O texto em tramitação no Congresso deixa de considerar topos de morros como áreas de preservação permanente e libera a construção de habitações em encostas. Locais como esses foram os mais afetados por deslizamentos de terra na semana passada na região serrana do Rio, que mataram mais de 700 pessoas.

Questionado sobre esse ponto do projeto, Maia respondeu: “a vontade de todos que estão envolvidos é que, se puder aprofundar a proteção das áreas que estão nas encostas, morros, nas margens do rios, muito melhor. Estaremos dando grande contribuição para a garantia e o bem estar das famílias que hoje moram nessa situação”.

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Voltei
Já tratei do assunto, mas me vejo forçado a fazê-lo de novo. É impressionante que a Folha sustente o que vai em negrito. Impressiona porque é falso. Eu desafio qualquer um do jornal a exibir o trecho do relatório de Aldo Rebelo (íntegra aqui) que justifique essa afirmação. Eu lamento muito ter de usar uma palavra pesada, mas o que se afirma ali é simplesmente mentira. O texto de Rebelo não trata de áreas urbanas — remete a questão para leis específicas (inclusive a do Minha Casa, Minha Vida). Menos ainda autoriza a construção em encostas. Quando se refere às áreas urbanas, trata das chamadas “áreas consolidadas”, estabelecendo as condições para que assim sejam consideradas — boa parte do que foi abaixo na região serrana do Rio não cumpriria os requisitos.

Essa afirmação acaba sendo fruto de um lobby um tanto vergonhoso contra a mudança do código. Pode-se ser contrário a ele, claro!, mas que as críticas se amparem nos fatos, não em mentiras descaradas. Não é possível que a Folha continue a sustentar que está no texto o que não está no texto.

POR QUE O JORNAL NÃO EXIBE, ENTÃO, O TRECHO DO RELATÓRIO QUE O AUTORIZA A FAZER TAL AFIRMAÇÃO?

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Outro-ladismo
O engraçado é que o jornal vai ouvir o “outro lado”, como manda o manual, certo? Leiam isto:
“Em nota divulgada hoje, o coordenador político da Frente Parlamentar da Agropecuária , Moacir Micheletto (PMDB-PR), disse tratar-se de um ‘ranço ideológico, uma infâmia mesmo, atribuir ao projeto do novo Código Florestal Brasileiro às tragédias que se verificam nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo’. Ele alega que o relatório não discutiu a legislação ambiental em zonas urbanas, mas uma legislação referente as atividades rurais, voltadas para a agricultura e a pecuária.”

Então vai ver ele é um mentiroso, certo?, já que o jornal assume que o código autoriza a construção em alto de morro e encostas. Ocorre que ele está falando a verdade. Quem lê o código constata que ele está certo e que a Folha está errada. Só que, ó desdita!, ele é um homem “suspeito”: afinal, é ligado ao setor rural. Já o jornalismo é isento, certo? Pois é…

Eu confesso que sempre fico preocupado quando flagro um político falando a verdade, e o jornalismo, o contrário.

Bem, a esta altura, não tem jeito: a Folha está obrigada a exibir qual trecho do relatório de Aldo Rebelo autoriza a ocupação irregular de áreas urbanas. Ou faz isso ou…

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