Cinco bancos passam a controlar 74% de todos os depósitos no País
Por Renée Pereira, no Estadão:A fusão de Itaú e Unibanco aumenta ainda mais a concentração do setor bancário brasileiro. Com a negociação, 74,3% (ou R$ 450 bilhões) de todo dinheiro depositado no sistema financeiro ficará nas mãos de cinco bancos: Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal. Juntos, eles também terão […]
A fusão de Itaú e Unibanco aumenta ainda mais a concentração do setor bancário brasileiro. Com a negociação, 74,3% (ou R$ 450 bilhões) de todo dinheiro depositado no sistema financeiro ficará nas mãos de cinco bancos: Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal. Juntos, eles também terão 72,9% dos ativos e 72,2% das operações de crédito, segundo levantamento da Austin Rating, com base nos balanços de junho.
A pesquisa mostra que, de dezembro de 1994 para cá, a participação dos cinco maiores bancos do País nos depósitos totais (à vista, a prazo, poupança e depósitos interbancários) cresceu 26,3 pontos porcentuais. No caso dos ativos, o aumento foi de 27,7 pontos e, no crédito, de 15,4 pontos.
Para alguns analistas, essa concentração pode dificultar a redução dos juros e das tarifas de serviços, prejudicando o consumidor, que teria menos opções no mercado.Outros acreditam que a fusão fortalece o setor e em algum momento isso seria revertido em benefício do consumidor.
“O negócio dá origem a uma instituição com mais escala e capacidade de competir no exterior”, destaca Roberto Troster, sócio da Integral Trust e ex-economista da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ele salienta ainda que é a primeira vez, em pelo menos 50 anos, que um banco privado assume a liderança do ranking no País. Até então o Banco do Brasil era o maior.
O professor da Universidade de São Paulo (USP), Alberto Borges Matias, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), lembra que em 1994 o setor contava com 14 grandes bancos privados. “Até ontem, tínhamos 4 e agora temos 3″, diz, referindo-se a Itaú Unibanco, Bradesco e Santander.