Caso Celso Daniel – Irmão de prefeito vive asilado porque quer, diz homem de Lula
Por Clarissa Oliveira e Wilson Tosta, no Estadão. Volto depois:O chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, disse ontem que a decisão de Bruno Daniel de buscar asilo político na França “é resultado de uma opção pessoal”. Irmão do prefeito assassinado de Santo André Celso Daniel, Bruno relatou ao Estado […]
Por Clarissa Oliveira e Wilson Tosta, no Estadão. Volto depois:
O chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, disse ontem que a decisão de Bruno Daniel de buscar asilo político na França “é resultado de uma opção pessoal”. Irmão do prefeito assassinado de Santo André Celso Daniel, Bruno relatou ao Estado sua condição de refugiado político e contou que ele e a família têm vontade de retornar ao Brasil. “Somos um País democrático, com todas as instituições funcionando em plena normalidade. Sua volta ao Brasil é bem-vinda”, declarou o assessor do presidente. Na entrevista, Bruno disse que o assessor de Lula nunca fez “nada de concreto” para elucidar o crime, apesar de ter se comprometido nesse sentido. E voltou a dizer que Carvalho teria transportado dinheiro de um esquema de financiamento de campanha para o então presidente do PT, José Dirceu. Procurado, Carvalho aceitou responder a perguntas do Estado por e-mail (leia ao lado a íntegra da nota).
A avaliação contradiz a posição da viúva do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, Maria Nakano. Irmã da esposa de Bruno Daniel, Marilena Nakano, ela diz que a insistência do casal em investigar motivações do crime provocou ameaças, inclusive contra seus três filhos. E disse ter dificuldade para explicar a situação: na democracia e sob um governo de esquerda, uma família precisa viver fora de seu país. “É tão absurdo que não dá para explicar.” A tese é compartilhada pelo advogado Hélio Bicudo, que ajudou Bruno Daniel a obter o asilo na França. “Eles foram perseguidos no Brasil e o Estado francês reconheceu isso”, afirma o jurista, que irá hoje à Câmara Municipal de Santo André para ler uma carta de Bruno e sua esposa endereçada à presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie. No texto, o casal pede que seja derrubada uma solicitação do empresário denunciado no caso, Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, que contesta o direito do Ministério Público Estadual de investigar o caso.Assinante lê mais aqui
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É mesmo, é? Alguém desorganiza uma vida e vai viver num país estrangeiro, em condições muito inferiores àquelas de que desfruta aqui, só por gosto? A verdade é Bruno e sua família viviam sob constante ameaça. De quem? Não se sabe. Celso Daniel e os outros sete cadáveres que o seguiram restarão ainda são o grande mistério do Brasil.