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Reinaldo Azevedo

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Campinas 2 – Advogado diz que Prefeitura tinha “mensalinho”

No Globo: O advogado Edson Carneiro Júnior afirmou nesta terça-feira que seu cliente, o empresário Augusto Ribeiro Antunes, da Global Serviços, era obrigado a pagar “mensalinho” de R$ 50 mil a servidores da Prefeitura de Campinas (SP). Antunes e outras dez pessoas estão presas desde sexta-feira por suposto envolvimento no esquema de fraudes envolvendo a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 11h53 - Publicado em 25 Maio 2011, 06h47

No Globo:
O advogado Edson Carneiro Júnior afirmou nesta terça-feira que seu cliente, o empresário Augusto Ribeiro Antunes, da Global Serviços, era obrigado a pagar “mensalinho” de R$ 50 mil a servidores da Prefeitura de Campinas (SP). Antunes e outras dez pessoas estão presas desde sexta-feira por suposto envolvimento no esquema de fraudes envolvendo a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). As prisões são resultado de investigação feita pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.

Segundo Carneiro Júnior, o pagamento dos R$ 50 mil teria sido feita ao longo de 2008, durante dez meses, em prestações entre R$ 5 mil a R$ 6 mil. O advogado disse ainda que os diretores da Sanasa também “ganharam” pequenos reparos em suas residências. “Foram obrigados a fazer reformas em chácaras de diretores, como pintura, serviço de jardinagem e ajuda em diversos serviços particulares.” Promotores ouviram entre esta segunda e terça-feira o depoimento de oito dos 11 presos. As prisões temporárias (válidas por cinco dias) venceriam no final da noite desta terça-feira e os promotores pediriam à Justiça a prorrogação de prisão de parte dos detidos. Até as 21h, não havia uma definição.

Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com trânsito livre no Palácio do Planalto durante o mandato do petista, o empresário e pecuarista José Carlos Marques Bumlai também é citado em um relatório do MP como “diretamente envolvido” nas fraudes. Em um dos trechos de uma interceptação telefônica que consta no relatório, interlocutores falam que Bumlai quer a delação premiada do MP para “proteger Lula”.

A implicação de Bumlai na investigação e a do vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), que é considerado foragido da Justiça desde sexta-feira passada, fez com que o próprio Lula telefonasse a um advogado ligado ao vice no último fim de semana. O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu (PT) também esteve na região de Campinas no fim de semana e se reuniu com aliados. Em 2002, durante a sua campanha à Presidência, Lula passou quatro dias na fazenda de Bumlai nas proximidades de Campo Grande (MS) para gravar programas para a TV.

No relatório de 408 páginas do Ministério Público, Bumlai aparece em um organograma que tem a primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim Jorge Santos, chefe do gabinete do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT) – também amigo do presidente-, como “comandante” e “idealizadora” da organização que agiria em fraudes de contratos públicos.

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Em dos trechos de um interceptação telefônica, o ex-presidente da Sanasa Luiz Augusto de Aquino conversa com um homem chamado Dr. Pimentel e relata que “Bumlai quer fazer acordo e que o que ele puder fazer para proteger Lula”.

Ainda no relatório, o Ministério Público escreve: “o teor do diálogo entre Aquino e Dr. Pimentel é totalmente pertinente. Como é de conhecimento público em razão de farta divulgação pela mídia nacional, o empresário Bumlai seria realmente amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva e talvez tivesse a preocupação de não propiciar uma exposição negativa em razão da amizade de ambos”.

Nos documentos do Ministério Público, Bumlai é apontado como elo entre a empreiteira Constran e a Sanasa. Representantes da Constran fariam repasses mensais entre 5% e 7% do valor dos contratos diretamente para a primeira-dama. “De acordo com a sistemática de atuação da organização investigada, os repasses de percentuais eram feitos mensalmente, variando de 5% a 7%. ” Ainda pelo relatório, o dinheiro era buscado na sede da Constran, em São Paulo, e conferido na sede da própria Sanasa.

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Aquino – que foi beneficiado pela delação premiada na investigação – “entregava o dinheiro pessoalmente nas mãos da senhora Rosely Nassim Jorge Santos (primeira-dama)”, segundo o relatório dos promotores. A reportagem telefonou três vezes para o escritório do advogado de Bumlai, Mário Sérgio Duarte Garcia, nesta terça-feira à tarde, mas até o fechamento desta edição ele não havia se manifestado. A assessoria de imprensa da Constran também não foi localizada para comentar o caso.

Em análise publicada no seu site, o Instituto Teotônio Vilela (ITV) associou o esquema de fraudes em Campinas com o caso do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. No texto, o ITV diz que Palocci e a “máfia de Campinas” são “faces de uma mesma moeda: a que busca garantir que os cofres do PT sejam permanenemente irrigados para financiar o projeto de poder do partido”. Intitulado “Tropa do Cheque”, o texto do ITV diz que falta convicção ao governo na defesa da lisura das atividades público-privadas de Palocci.

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