Cada com seus pobrema, George!
Costumo concordar com Gorge W. Bush (sim, aquele…) com uma freqüência espantosa. Invadi com ele o Afeganistão e o Iraque, e a gente só não dá um jeito no Irã porque a Europa, na média, é covarde. Mas terei de dissentir do “companheiro”. Eu nunca ouvi, mas me parece que há ou havia um programa […]
Costumo concordar com Gorge W. Bush (sim, aquele…) com uma freqüência espantosa. Invadi com ele o Afeganistão e o Iraque, e a gente só não dá um jeito no Irã porque a Europa, na média, é covarde. Mas terei de dissentir do “companheiro”. Eu nunca ouvi, mas me parece que há ou havia um programa de rádio cujo bordão era ou é “Cada com seus pobrema”. É o que eu lhe diria se ele atendesse o telefone. O homem está bravo com a imprensa. The New York Times, The Wall Street Journal e Los Angeles Times publicaram reportagens relatando a existência de um programa de monitoramento secreto de transações financeiras de pessoas suspeitas de terrorismo. Bush queria o quê? Obviamente, como se supõe, a minha abordagem nada tem a ver com aquelas tolices politicamente corretas que acreditam que tudo o que é absoluto permanece absoluto mesmo sob o inferno proposto por Bin Laden. Mas o presidente errou o alvo. Que procure os responsáveis pelo vazamento das informações e os demita. No Brasil é que jornalista costuma chamar autoridade de companheiro e lhe passar informações em off (em vez de ser o contrário) para colaborar com “a causa”. A imprensa cumpre o seu papel. Os agentes de segurança que façam as coisas direito. De resto, até onde se lê, todos os rituais institucionais foram cumpridos, e as instâncias que deveriam ter sido avisadas da existência do monitoramento o foram. Está tudo em seu devido lugar. “Se você quer descobrir o que os terroristas estão fazendo, é preciso seguir a pista do dinheiro, e é justamente o que estamos fazendo. E o fato de um jornal revelar isso torna mais difícil vencer a guerra contra o terror”, escreve o Los Angeles Times, reproduzindo a fala presidencial. É verdade. Então é preciso, presidente, que os jornais não descubram, e assim se preservam tanto a democracia como a segurança. Os males da democracia se corrigem com mais democracia. E com competência. Para ler a matéria do NYT, clique aqui. Para ler a do LAT, aqui.