Brasil cobra garantias de Uribe sobre bases
Por Letícia Sander, na Folha: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou para o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, o mal-estar do Brasil com a ampliação da presença militar americana no seu país, que pode chegar a sete bases e não foi previamente comunicada aos vizinhos da região. Também pediu garantias a Uribe de […]
Por Letícia Sander, na Folha:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou para o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, o mal-estar do Brasil com a ampliação da presença militar americana no seu país, que pode chegar a sete bases e não foi previamente comunicada aos vizinhos da região. Também pediu garantias a Uribe de que as operações se limitem ao território colombiano.
Uribe encerrou ontem no Brasil uma ofensiva diplomática que o levou a outros seis países da região sem conseguir pôr fim à polêmica em torno do acordo militar ampliado que seu país negocia com os EUA.
Reunido por pouco mais de duas horas com Lula, ele ouviu as cobranças e explicou os objetivos do acordo, mas não acatou o pedido brasileiro para participar da reunião da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) no Equador, na segunda-feira, e dar informações sobre as bases aos 12 países do grupo.
“Não posso responder pelo Uribe. Minha impressão é de que ele não vai”, disse o chanceler Celso Amorim, que participou do encontro.
O assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, também confirmou a negativa de Uribe: “Evidente que gostaríamos que todos fossem, mas entendemos os motivos de a Colômbia não ir”, disse ele.
Resumindo a conversa, Amorim disse: “Voltamos a reiterar que um acordo com os EUA que seja específico e delimitado ao território colombiano é matéria naturalmente da soberania colombiana, sempre quando os dados gerais de que se disponham sejam compatíveis com esta delimitação das ações ao território colombiano”.
E continuou: “Isso foi colocado, Uribe reiterou que este é o propósito, mas naturalmente isso vai exigir outras consultas e conversas, não só com a Colômbia, mas com os EUA”. Aqui