Bom senso – Diretores da USP criticam ataque a reitor
Escrevi, como sabem, muitos posts sobre a violência de que foi vítima o reitor da USP. João Grandino Rodas. Parece que o bom senso que tem faltado a muitos na Faculdade de Direito está presente nas demais unidades da universidade. Leiam o que segue. Volto depois. Fábio Takahashi, na Folha: Diretores de todas as faculdades, […]
Escrevi, como sabem, muitos posts sobre a violência de que foi vítima o reitor da USP. João Grandino Rodas. Parece que o bom senso que tem faltado a muitos na Faculdade de Direito está presente nas demais unidades da universidade. Leiam o que segue. Volto depois.
Fábio Takahashi, na Folha:
Diretores de todas as faculdades, institutos especializados e museus da USP decidiram se posicionar contrariamente à direção e membros da Faculdade de Direito da universidade depois de a escola declarar como “persona non grata” o reitor da instituição, João Grandino Rodas, no mês passado. Em carta escrita na última quinta-feira, na Escola Politécnica, o grupo diz que a medida cria desunião na universidade, o que afronta um dos seus “valores primordiais”. “Quando uma das suas comunidades acadêmicas singulares decide […] declarar persona non grata o dirigente máximo da universidade, está na prática, de forma pública e arbitrária, pretendendo interditar esse espaço ao exercício pleno da autoridade legítima a ele conferida”, afirma o texto. Ex-diretor da escola, o reitor reclama que projetos seus na faculdade foram abandonados. O atual diretor, Antonio Magalhães Gomes Filho, diz que não havia condições de mantê-los.
Clube polêmico
Uma das últimas divergências ocorreu devido à proposta do centro acadêmico da faculdade de criar o Clube das Arcadas num terreno ao lado do novo Museu de Arte Contemporânea, a ser instalado no Ibirapuera (zona sul), numa parceria entre USP e governo de São Paulo. Em artigo publicado no mês passado na Folha, o reitor criticou o fato de o centro planejar “explorar comercialmente” um terreno doado pelo Estado. Reclamou ainda que o lançamento do projeto, idealizado por “pessoa jurídica privada”, foi feito em “território da USP”, pois utilizou o salão nobre da faculdade. O diretor da escola e os presidentes do centro acadêmico e da Associação de Antigos Alunos disseram, em outro artigo na Folha, que o edifício do largo São Francisco não é da USP, mas da Faculdade de Direito – um “território livre” da sociedade. Esse posicionamento também foi alvo de críticas na carta (no total, eram 67 signatários até a tarde de ontem). “Não existem a rigor territórios exclusivos, autônomos ou livres no âmbito da universidade”, diz o texto. “Queremos que todos coloquem pá de cal na polêmica e voltem às atividades normais”, afirmou o diretor da Poli, José Roberto Cardoso.