Binyamin Netanyahu: “‘O Hamas é incompatível com a paz”
Entrevista do provável futuro premiê de Israel a Lally Weymouth, do Washington Post, publicada no Estadão desta segunda: O sr. acredita na solução de dois Estados – um judeu e um palestino – proposta por George Bush em 2002?Há amplo consenso dentro e fora de Israel quanto ao direito dos palestinos de governar suas próprias […]
O sr. acredita na solução de dois Estados – um judeu e um palestino – proposta por George Bush em 2002?
Há amplo consenso dentro e fora de Israel quanto ao direito dos palestinos de governar suas próprias vidas, mas não o de ameaçar as nossas.
O sr. disse crer que o resultado da ofensiva em Gaza ficou aquém do esperado e o Hamas deveria ser deposto. O que será feito sobre isso?
O Hamas é incompatível com a paz. Espero que os palestinos em Gaza consigam mudar seu governo, pois queremos estabelecer a paz com todos os palestinos. No momento, o que precisamos fazer é autorizar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, mas sem permitir que o Hamas obtenha mais foguetes.
O presidente israelense, Shimon Peres, acredita que o sr. amadureceu desde que foi primeiro-ministro pela primeira vez, em 1996…
Era o que se esperava. Pude observar a trajetória de diversos governos e aprender com as medidas adotadas e a liderança demonstrada por eles. Proponho um novo caminho para buscar a paz: dar prosseguimento às negociações políticas e ao mesmo tempo avançar no desenvolvimento econômico (dos palestinos) e também no fortalecimento das forças palestinas de segurança. Pretendo assumir pessoalmente a liderança de um comitê que avaliará com regularidade as necessidades da economia palestina na Cisjordânia.
O sr. acha que será capaz de promover progresso político e econômico ao mesmo tempo? E mostrar uma real diferença entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza?
No último confronto, a Cisjordânia não entrou em ebulição. Os habitantes de lá se preocuparam com o que ocorria em Gaza, mas disseram: “Nós não queremos seguir este caminho. Temos uma economia incipiente em Jenin e não desejamos um regime islâmico fundamentalista.” O que eles querem é uma sociedade onde haja lei e ordem.
(…)
A Síria fala em paz, mas permitiu que o Hezbollah se arme com dezenas de milhares de foguetes. Desde a segunda guerra do Líbano o país tem abrigado Khaled Meshal e outros líderes terroristas e cooperou de maneira próxima com o regime iraniano. Eu pediria à Síria que abandone essas atitudes e mostre seu verdadeiro compromisso com a paz.
(…)
O sr. acha possível deter o programa nuclear iraniano sem recorrer à ação militar?
O Irã está hoje consideravelmente enfraquecido em relação a seis meses atrás, por causa da crise econômica e da queda brusca no preço do petróleo. É um regime vulnerável e pressões devem ser intensificadas. Mas nenhuma destas sanções e demais medidas terão muito efeito se os iranianos acreditarem que uma opção militar está fora de questão.
Leia mais aqui