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Reinaldo Azevedo

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Bancos na Suíça colaboraram com desvios, diz delator

Por Rubens Valente, na Folha: Por volta de outubro de 2011, dois altos funcionários da Petrobras jantaram em Milão (Itália) com o presidente e o agente de um banco sediado na Suíça, o Cramer. No dia seguinte eles abriram contas no mesmo banco em nome de empresas de fachada e começaram a receber milhões de dólares […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 11h08 - Publicado em 22 fev 2015, 17h01

Por Rubens Valente, na Folha:
Por volta de outubro de 2011, dois altos funcionários da Petrobras jantaram em Milão (Itália) com o presidente e o agente de um banco sediado na Suíça, o Cramer. No dia seguinte eles abriram contas no mesmo banco em nome de empresas de fachada e começaram a receber milhões de dólares em propina associadas a contratos de estaleiros com a estatal. O encontro e a operação que o sucedeu –descritos pelo ex-gerente de engenharia da Petrobras Pedro José Barusco Filho no acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal– são um exemplo do envolvimento pessoal de gestores de contas de bancos sediados na Europa revelados pela Operação Lava Jato. Depoimentos de Barusco e outros delatores revelam a tolerância e mesmo o incentivo dos bancos para permitir a guarda e o sigilo sobre dinheiro suspeito movimentado por funcionários da estatal.

Barusco revelou que, após o jantar em Milão, as contas abertas no Cramer receberam, ao câmbio de sábado (21), cerca de R$ 21 milhões de 2011 a 2013, propina referente a um programa de construção de navios equipados com sondas de perfuração. Do jantar, segundo Barusco, participaram ele, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o consultor Julio Camargo e o ex-diretor- presidente da Sete Brasil, João Carlos Medeiros Ferraz. No dia seguinte, Barusco abriu a conta “Natiras”, Duque, a “Drenos”, e Ferraz, a “Firasa”. Camargo já era correntista no banco e apresentou o banqueiro ao grupo. Barusco também descreve o papel que dois funcionários do banco Safra na Suíça desempenhavam no controle de depósitos feitos em nome de empresas de fachada pertencentes a ele e Duque.

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Segundo ele, o “operador” Mario Goes usou duas contas no Safra suíço para fazer transferências para contas no banco Lombardo Odier, no mesmo país, em benefício de Barusco e Duque. As contas chegaram a registrar saldos de US$ 7 milhões cada uma. De tempos em tempos, um funcionário do banco vinha ao Brasil fazer uma conferência dos depósitos. Barusco citou os funcionários Denise Kos e Edmond Michaan. Barusco disse que escolhia as instituições financeiras que esconderiam seu dinheiro de acordo com o sigilo oferecido. Ele contou que “entre 1997 e 1998 até outubro de 2010″ ele recebeu US$ 22 milhões em propinas pagas pela firma holandesa SBM.

Nos primeiros pagamentos, na década de 90, os valores foram pagos no banco Republic, que depois foi comprado pelo HSBC. Barusco, porém, disse que não gostou “do serviço e do ‘sigilo’ desse banco” e por isso transferiu os valores de uma instituição a outra até que, em 2003, “transferiu todos os créditos de propina destas contas para a conta numerada” em seu nome no Safra de Genebra. Barusco relata um dissabor. Ele contou que, no banco Lombardo Odier, um brasileiro chamado “Roberto” orientou que ele e Duque abrissem duas “contas de passagem” para ocultar capital, que receberam ao menos US$ 6 milhões. Tempos depois, Duque disse a Barusco que “Roberto havia sumido”: os dois perderam o dinheiro.

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