Auto-suficiência de saliva – Déficit com petróleo já chega a US$ 4,4 bi
Por Iuri Dantas e Leandra Peres, na Folha:A alta na cotação internacional do petróleo e o crescimento da economia brasileira provocaram um forte impacto na balança comercial de energia do país. Em conseqüência, o primeiro semestre deste ano registrou o maior déficit da chamada conta-petróleo em todo o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva […]
A alta na cotação internacional do petróleo e o crescimento da economia brasileira provocaram um forte impacto na balança comercial de energia do país. Em conseqüência, o primeiro semestre deste ano registrou o maior déficit da chamada conta-petróleo em todo o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva -US$ 4,38 bilhões.
O valor ultrapassa os déficits apurados em todos os 12 meses de 2007 (US$ 4,34 bilhões), bem como em todos os anos desde 2002. O montante também prejudica as contas externas do país, uma vez que as importações de máquinas, equipamentos e bens de consumo já vêm crescendo a ritmo maior do que as exportações do país.
Outro fator que prejudica o setor de energia, as compras de gás da Bolívia vêm custando cada vez mais caro para o Brasil. Nos primeiros seis meses deste ano, foi gasto US$ 1,21 bilhão na aquisição do gás natural, quase o dobro dos US$ 647 milhões do primeiro semestre de 2007. O preço do gás também segue a cotação do petróleo no mercado internacional.
O Brasil paga, ainda, uma dívida estrutural: como as reservas nacionais oferecem o óleo pesado, é necessário importar óleo leve correspondente a 20% da demanda interna para facilitar o refino. E o preço influencia bastante, porque o óleo bruto que é exportado pelo Brasil é mais barato do que o óleo leve que o país compra.
O setor espera que as jazidas da camada pré-sal, como Tupi, contenham óleo leve, o que barateia o refino e permite a exportação de volumes maiores.