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Reinaldo Azevedo

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Assim não dá, Elio Gaspari!

Leiam trechos do artigo de Elio Gaspari, sobre a crise venezuelana, na Folha de hoje. Volto depois: O rompimento do general Raúl Isaías Baduel com o projeto imperial do presidente Hugo Chávez indica que há de novo um cheiro de golpe de Estado na Venezuela. Um, nas palavras de Baduel, é do próprio Chávez, com […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 jun 2024, 08h15 - Publicado em 7 nov 2007, 05h25
Leiam trechos do artigo de Elio Gaspari, sobre a crise venezuelana, na Folha de hoje. Volto depois:

O rompimento do general Raúl Isaías Baduel com o projeto imperial do presidente Hugo Chávez indica que há de novo um cheiro de golpe de Estado na Venezuela. Um, nas palavras de Baduel, é do próprio Chávez, com sua proposta de plebiscito marcada para dezembro. É uma velha modalidade de golpe, celebrizada em 1929, na Itália de Benito Mussolini.

Em benefício de Chávez, deve-se reconhecer que desde sua subida ao poder, em 1998, ele já colocou o cargo nas mãos dos eleitores em três ocasiões, e ganhou todas. Se o plebiscito for realizado, tudo indica que ele sairá vitorioso.O outro golpe é o do velho modelo latino-americano da segunda metade do século passado.

Baduel era um irmão de fé de Chávez desde 1982, quando formaram uma sociedade secreta de oficiais. Em 2002, no comando da tropa de paraquedistas, foi peça decisiva para desbaratar um golpe de generais de pouca tropa e empresários de nenhuma coragem, ambos servindo-se da militância dos meios de comunicação.

(…)
A crise venezuelana está contaminada por dois blocos irredutíveis, bem ao estilo das confusões latino-americanas que acabam em golpes.Pode-se detestar Chávez, mas não é justo que, para isso, se tenha que fazer papel de bobo. Ou acreditar que, em nome da democracia, meia dúzia de plutocratas possam fechar o Congresso e o Supremo Tribunal, como fizeram em 2002.
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Entre os dois extremos do artigo, Gaspari recorre a um site de informações que ele mesmo reconhece chavista para demonstrar as manipulações dos que tentaram depor Chávez. Nunca ninguém os chamou de democratas. Tampouco condescendeu com a forma como tentaram depor o ditador — de fato, nenhuma concessão foi feita àquela gente.

Mas Gaspari condescende com Chávez, sim, senhor. Está lá: “Em benefício de Chávez, deve-se reconhecer que desde sua subida ao poder, em 1998, ele já colocou o cargo nas mãos dos eleitores em três ocasiões, e ganhou todas. Se o plebiscito for realizado, tudo indica que ele sairá vitorioso.” Em benefício coisa nenhuma! Em malefício da Venezuela, Elio Gaspari! Depois de esfacelar os Poderes constituídos com seu arremedo de luta de classes, Chávez promove plebiscitos e referendos em que açula os miseráveis contra “os ricos”. Por “ricos” se deve entender todos aqueles que não concordam com Chávez…

Gaspari inaugura uma modalidade argumentativa: trata-se do “Para não dizer que não falei da contradição”. Ele próprio lembra um ditador “popular” (até ser pendurado na praça como um porco) para classificar a modalidade do golpe chavista. Poderia lembrar outro: uma eleição levou o nazismo — um regime popular na maior parte do tempo — ao poder.

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A pergunta que cabe aqui é a seguinte: se não se deve fazer concessão ao golpismo “da direita” — ele não usa a palavra, mas ela ronda o seu texto —, por que se deve fazer ao golpismo de esquerda? Até porque é preciso convir: o golpe chavista não precisa ser dado por via militar — eles apenas garantirão a ordem se houver protestos. O golpe de Chávez se dará mesmo é nas urnas.

É impressionante que Chávez esteja prestes a oficializar a tirania na Venezuela e que sejam os “golpistas” de 2002 a apanhar na coluna de Elio Gaspari. Ah, sim: na próxima coluna, ele deveria contar o “golpe” contra o tirano segundo a narrativa do antichavistas.
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