Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

As bobagens amazônicas do homem da Sealopra

Na Agência Estado. Volto em seguida: Informado que só em Manaus, onde vivem mais de 1,8 milhão de habitantes, quase 700 mil não dispõem de água encanada em suas casas, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, mudou a defesa sobre um dos pontos mais polêmicos de seu projeto Amazônia: a construção de aquedutos […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h58 - Publicado em 17 jan 2008, 20h09

Na Agência Estado. Volto em seguida:

Informado que só em Manaus, onde vivem mais de 1,8 milhão de habitantes, quase 700 mil não dispõem de água encanada em suas casas, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, mudou a defesa sobre um dos pontos mais polêmicos de seu projeto Amazônia: a construção de aquedutos para levar água dos rios da região para o Nordeste. “É um paradoxo faltar água para os habitantes da Amazônia com toda a abundância dos rios. Primeiro precisamos providenciar que os habitantes da região possam usar essa água”, afirmou o ministro.

Sob críticas de que o projeto Amazônia vem sem novidades e propõe prazo longo a necessidades atuais, a constatação do ministro chegou sem surpresas, num clima de ceticismo entre cientistas e empresários amazonenses. “Qualquer iniciativa em prol do desenvolvimento da Amazônia não pode prescindir do que já foi conquistado pela política atual do governo federal na região. Não vislumbramos como substituir, de uma hora para outra, uma dinâmica econômica com as dimensões e os efeitos sociais e ambientais que ela registra”, afirmou a superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) Flávia Grosso.

“Precisamos de políticas a curto prazo como, por exemplo, incluir na discussão da reforma tributária deste ano um fundo de gerência nacional para premiar os Estados que preservam a floresta”, sugeriu a deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Para um cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o projeto de Unger não prevê um dos componentes principais ao desenvolvimento da região: a educação e formação de recursos humanos. “Não há dois mil cientistas na região, então tem de ser criada uma política para atrair e manter cérebros trabalhando em prol do desenvolvimento local”, considerou.

Voltei

Ai, ai, quanto desperdício de tempo, dinheiro e paciência!

Alguém precisou avisar ao homem da Sealopra — aquele que cuida do planejamento estratégico do Brasil! — que quase a metade da população de Manaus não dispõe de água tratada e encanada. O que a gente faz com o gênio? Não obstante, ele está querendo fazer aquedutos que levam água da região amazônica para o Nordeste.

Continua após a publicidade

Mangabeira tem todos os defeitos do petismo sem ter um tico daquela que pode ser a única qualidade do partido — ainda que vivida, freqüentemente, de forma viciosa. Explico. É dotado da mesma estupidez inaugural de seus companheiros de governo. Reparem que parece inexistir uma economia amazônica — e, ademais, ela não se restringe ao extrativismo. O homem vê o país, e não é de hoje, com olhos de um colonizador — um colonizador aloprado. A parca qualidade petista, de que ele não comunga, é um certo realismo. Quando os valentes chegam ao poder, costumam dar um pé no traseiro dos seus utopistas. Na versão viciosa, o realismo vira oportunismo.

Mangabeira não é um ministro ou um pensador estratégico. É só uma caricatura de “especialista” em pomba nenhuma. Fala o que lhe dá na telha. Há pouco mais de dois anos, vocês se lembram, afirou que este era o governo mais corrupto da história e que ele merecia ser apeado. Agora, é seu entusiasta e propagandista.

Se o homem tem essa consistência quando o tema é o presente — ou o passado imediato —, imaginem quando se mete a prever o futuro. Não é por acaso que ele foi o pensador da primeira fase do brizolismo pós-golpe. O Rio de Janeiro de hoje não deixa de ser também uma obra de Mangabeira Unger.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRIL DAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.