Argentina – “Clarín” se diz vítima de ameaças de um grupo ligado ao governo
Por Adriana Küchler, na Folha:O jornal “Clarín”, o mais vendido da Argentina, informou em seu editorial de ontem que circulam pela internet e-mails com ameaças à diretora do diário, Ernestina Herrera de Noble, e a seu presidente-executivo, Héctor Magnetto.Os e-mails trazem frases como “Magnetto e Noble, não “ferrem” com o povo, é uma advertência” e […]
O jornal “Clarín”, o mais vendido da Argentina, informou em seu editorial de ontem que circulam pela internet e-mails com ameaças à diretora do diário, Ernestina Herrera de Noble, e a seu presidente-executivo, Héctor Magnetto.
Os e-mails trazem frases como “Magnetto e Noble, não “ferrem” com o povo, é uma advertência” e fotos do arquivo pessoal de Magnetto que, segundo o jornal, teriam sido obtidas por hackers.
As mensagens levam a assinatura do grupo La Cámpora, de jovens peronistas que apoiam o governo de Cristina Fernández de Kirchner e no qual milita o próprio filho da presidente, Máximo. O editorial pede que o governo investigue a origem das ameaças.
Segundo o jornal, a ação acontece em um momento em que “o governo formula reiteradas críticas contra este diário e no contexto de uma política de hostilidade contra os meios de comunicação independentes”.
Ontem, a presidente voltou a criticar o que chama de uma “visão pessimista” da imprensa em um discurso na Casa Rosada (sede do governo). “Para eles, o importante é sempre mostrar que as coisas estão mal, horríveis e dar uma visão quase terrível da Argentina”, disse Cristina, que participou recentemente do lançamento do Observatório de Meios, que pretende pesquisar as tendências da imprensa.