Antártida – Menos poluente, etanol usado no local é mais inflamável que diesel
Por Giovana Girardi, no Estadão: O etanol combustível, que começou a ser usado em janeiro em um gerador da Estação Comandante Ferraz por ser menos poluente e ter uma eficiência termodinâmica maior, é também mais inflamável do que o diesel. Além desse gerador em experimentação, a estação tinha quatro geradores a diesel: um de emergência, […]
Por Giovana Girardi, no Estadão:
O etanol combustível, que começou a ser usado em janeiro em um gerador da Estação Comandante Ferraz por ser menos poluente e ter uma eficiência termodinâmica maior, é também mais inflamável do que o diesel. Além desse gerador em experimentação, a estação tinha quatro geradores a diesel: um de emergência, um para rodízio e dois em funcionamento. “O álcool é muito volátil. Se ocorre um vazamento de vapores numa praça de máquinas, o vapor se mistura com o ar e qualquer faísca pode provocar uma explosão”, afirmou o engenheiro mecânico Francisco Emilio Baccaro Nigro, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Do ponto de vista teórico, ele explica que o ponto de fulgor do etanol é mais baixo, aliado a uma inflamabilidade alta. Na prática, isso significa que o risco de explosão é maior se ocorre um vazamento, mesmo que pequeno. Em 2006, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Guaratinguetá, liderados por João Andrade de Carvalho Júnior, publicaram um artigo comparando as propriedades do etanol e do diesel e chegaram à conclusão semelhante.
“O álcool etílico hidratado se apresenta como substituto interessante do óleo diesel, sobretudo pelos seus benefícios na combustão e na formação de poluentes. Deve-se observar que na substituição alguns cuidados devem ser tomados para prevenir perdas por evaporação, riscos de incêndios e danificação dos materiais”, escreveram os autores. Eles observaram que o álcool hidratado na pressão atmosférica evapora a 78°C, enquanto o diesel vaporiza entre 177°C e 337°C. Uma alta volatilidade é interessante porque aumenta o rendimento da combustão, mas também “significa maiores riscos de perdas por evaporação, de incêndios”, escrevem.
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