Alckmin decide não acomodar e manda investigar espionagem. Esse é o caminho!
Na Folha. Comento em seguida: A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de SP abriu ontem um inquérito policial para apurar o vazamento de imagens do circuito interno do shopping Pátio Higienópolis que mostram o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. O responsável pela investigação será o próprio chefe da Corregedoria, o delegado Délio Marcos Montresor. […]
Na Folha. Comento em seguida:
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de SP abriu ontem um inquérito policial para apurar o vazamento de imagens do circuito interno do shopping Pátio Higienópolis que mostram o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. O responsável pela investigação será o próprio chefe da Corregedoria, o delegado Délio Marcos Montresor.
A investigação foi determinada pelo chefe da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, por haver indícios de que policiais solicitaram as imagens com a intenção de prejudicar o secretário Ferreira Pinto. No vídeo, o secretário aparece com o repórter da Folha Mario Cesar Carvalho.
As imagens foram divulgadas em sites e blogs -um deles ligado a policiais civis-, que relacionaram o encontro à reportagem do jornalista sobre a venda de dados sigilosos por um funcionário da Segurança, o sociólogo Túlio Kahn, que foi demitido. Desde o início da sua gestão, ainda na administração José Serra (PSDB), Ferreira Pinto investigou irregularidades envolvendo mais de 800 delegados (de um total de 3.300) -o que provocou uma crise na polícia paulista. Em nota, a própria Secretaria da Segurança disse que há fortes indícios de que grupos criminosos estavam espionando “o primeiro escalão do Estado”.
Ontem, Ferreira Pinto teve nova reunião com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) -é o segundo dia consecutivo que eles se encontram para discutir a crise instaurada após a divulgação das cenas. Por meio do secretário-adjunto da Segurança Pública, Arnaldo H. Salles Lima Júnior, a direção do Pátio Higienópolis enviou pedido de “desculpas” a Ferreira Pinto. Pediu ainda para que ele considerasse que o shopping, que diz ter entregue o vídeo a policiais, foi “induzido a erro” ao entregar as imagens.
SHOPPING NÃO FALA
Desde o vazamento do vídeo na internet, na quarta-feira, a Folha questiona o shopping sobre quem teria solicitado as imagens.
Num primeiro momento, a Corregedoria irá investigar a conduta do Pátio Higienópolis e, na sequência, irá tentar descobrir quem pegou a gravação e a divulgou. A Corregedoria-Geral da Administração, ligada ao Palácio dos Bandeirantes, enviou ofício ontem ao shopping pedindo a data e o nome de quem solicitou o vídeo. Na quarta, o Pátio Higienópolis informou que as imagens foram repassadas a “órgãos oficiais”. O shopping alega ter fornecido a gravação para uma investigação, mas não informa qual. Anteontem, após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmar que ninguém do Estado fez pedido algum para obter as imagens, o shopping mudou a versão e passou a afirmar ter entregue a gravação a “policiais”.
Comento
É um bom sinal. Parece que o governador Geraldo Alckmin não está disposto a “acomodar” em nome da “paz na polícia”. Esse tipo de “paz” não interessa a ninguém porque se trata apenas de uma guerra mitigada, travada por outros meios. A segurança pública de São Paulo é hoje a mais eficiente do país. O estado já tem de enfrentar a hostilidade de setores importantes da imprensa, que se esforçam para tentar vender o contrário à opinião pública. Seria insuportável ter de lidar também com sabotadores.