Alckmin: “Defendo alianças, mas quem vai definir é o partido”
Por Alberto Bombig, no Estadão: Enquanto aguarda a definição do cenário eleitoral, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tenta reforçar a imagem de sua gestão em pontos sensíveis aos paulistas da região metropolitana da capital, como as questões das enchentes e do transporte público. O governador evita falar publicamente sobre a disputa de […]
Por Alberto Bombig, no Estadão:
Enquanto aguarda a definição do cenário eleitoral, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tenta reforçar a imagem de sua gestão em pontos sensíveis aos paulistas da região metropolitana da capital, como as questões das enchentes e do transporte público. O governador evita falar publicamente sobre a disputa de 2012, mas ele e seus assessores diretos sabem que mais um verão com a combinação de alagamentos e trânsito caótico na capital e no entorno dela pode esfriar as pretensões eleitorais do PSDB. Por isso, antes mesmo de definir quem será seu candidato à sucessão de Gilberto Kassab (PSD), Alckmin afirmou ao Estado que o saneamento básico, incluindo o combate às enchentes e a limpeza do rio Tietê, serão as “prioridades” de sua administração.
Ele reconhece, contudo, que a execução orçamentária ainda está longe do ideal (menos de 10% do previsto). O governador diz que pretende desassorear 1,6 milhão de metros cúbicos de lixo do rio Tietê até dezembro próximo. “O Orçamento para este ano era de R$ 409 milhões. Nós suplementamos. Foi para R$ 658 milhões.” Em outra frente, a gestão tucana tentará reverter o eventual desgaste em consequência dos recentes acidentes com mortes provocados pelo consumo de bebida alcoólica, já que a responsabilidade pela fiscalização da Lei Seca é da Polícia Militar. Alckmin diz que, a partir deste mês, 2.100 novos policiais passarão a integrar as blitze.
Em entrevista publicada ontem pelo Estado, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse que não “tem sentido ter uma aliança em 2012 se não tiver discussão sobre 2014″. Quanto ao tema, Alckmin afirma que delegará ao seu partido a decisão. Segundo ele, o “caciquismo” (centralização das decisões partidárias nas mãos dos caciques) na política precisa acabar. Diz que irá respeitar o que o PSDB paulistano, hoje com quatro pré-candidatos a prefeito de São Paulo, definir. Leia a entrevista que ele concedeu ao Estado no Palácio dos Bandeirantes para falar sobre as obras na capital.
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O governo vai conseguir concluir o que prometeu para a zona leste da capital por conta da Copa do Mundo de 2014?
Eu entendo que sim. As obras da região da zona leste que nós somos responsáveis são permanentes, como o alargamento da Radial Leste, o entroncamento com a Jacu Pêssego. Além das obras de mobilidade urbana, que nós esperamos que estejam prontas em dezembro do ano que vem. Nós vamos diminuir o intervalo entre os trens do metrô. Vamos passar de 64 mil passeiros por hora para 88 mil usuários por hora bem antes da Copa. No caso do trem, o intervalo também será menor e passaremos de 26 mil para 40 mil passageiros. Estaremos, então, com 120 mil passageiros hora/destino, mais do que a exigência da Fifa. Também vamos fazer o monotrilho da linha Congonhas, a linha 17.
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O senhor gostaria de ver um candidato do seu partido defendendo as ações de seu governo na capital paulista?
Eleição é em ano par, nós estamos em ano ímpar. Mas claro que todo partido gostaria de ter o seu representante. Agora, independentemente de quem for o prefeito, nós temos o dever republicano de trabalhar juntos. Aliás, como temos feito com a presidente Dilma Rousseff, no âmbito federal, e com os prefeitos dos 645 municípios. E aqui em São Paulo vamos assinar um convênio de R$ 40 milhões para a prefeitura da capital abrir vagas em creches, com o prefeito Gilberto Kassab. O ensino infantil é de responsabilidade dos municípios, mas nós fizemos esse projeto que vai dar R$ 128 milhões para as cidades do interior e R$ 40 milhões para a capital do Estado.
O que senhor está dizendo é que existe a possibilidade de a parceria que governa a cidade de São Paulo ser mantida?
Nós defendemos as alianças. Elas são importantes. Agora, como ela é ou deixa de ser, é responsabilidade dos partidos.
E com a presidente Dilma? A boa relação que o senhor destaca irá continuar no ano eleitoral?
Dinheiro público não pode ter cor partidária, ele é do povo que paga impostos. A presidente tem de governar para todos os brasileiros. Ela tem sido muito correta com São Paulo. Na eleição, cada um terá um candidato e vai lutar por ele. Espero conseguir manter ao longo de todo o meu mandato uma relação de grande cooperação administrativa.
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