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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Ainda o merchandising e a Brigada dos Mártires da Rúcula e da Abobrinha

Ah, os dodóis estão fazendo beicinho, acusando-me de censura. Eles resolveram comentar aquele post sobre o merchandising nas novelas (ver abaixo), defendendo a proibição. Pois é. O blog é meu, e eu censuro os censores. Aqui, nem todo pensamento é válido e nem toda divergência é bem-vinda. Não sou a República de Weimar. Eu chuto […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h14 - Publicado em 21 ago 2007, 18h36
Ah, os dodóis estão fazendo beicinho, acusando-me de censura. Eles resolveram comentar aquele post sobre o merchandising nas novelas (ver abaixo), defendendo a proibição. Pois é. O blog é meu, e eu censuro os censores. Aqui, nem todo pensamento é válido e nem toda divergência é bem-vinda. Não sou a República de Weimar. Eu chuto o traseiro de censores. Ponto final. Não dou trela a quem quer solapar os meus direitos. Meu mundo tem hierarquia. E a minha liberdade está em primeiro lugar. É alguém ameaçar dizer o que posso e não posso fazer, além do que está socialmente pactuado, e o capeta baixa em mim. Vão se danar.

É evidente que a tentativa de proibir merchandising, por baixo do rótulo do consumo consciente, é só mais um dos tentáculos do petralhismo buscando cassar receita das emissoras de TV. Trata-se de um feixe de ações: limitação à propaganda de cerveja, de merchandising, de alimentos considerados não-saudáveis…

Minhas filhas comem verduras e legumes. Uma delas o faz obrigada, como quem toma remédio. Come porque aqui mandamos eu e Dona Reinalda. Mas deixem o terrorismo do espinafre com a gente. Não preciso do estado para cuidar disso. Fazemos nós as Brigadas dos Mártires da Rúcula e da Abobrinha. Somos especialistas até em campanha subliminar, escondendo leguminosas em tempuras muito saborosos. Não preciso do jiló moral da canalha.

Aí um bobinho, chamado André, que tem a pretensão de ser meu adversário, escreve (segue sem correção): “Voce usa os mesmos argumentos pra ser a favor de umas coisas e contra outras.Isso se chama manipulação.Voce acha que todo mundo é idiota? Se não acha então veja:esses seus argumentos podem ser usados na defesa da liberação das drogas.Ou todo mundo é idiota e não sabe o que faz?Bacana é ser “culto” e defensor da “logica” como voce.Mas voce é um manipulador.E competente pois tem uma grande “audiencia” que se deixa manipular.Seriam todos idiotas?”

Não acho que todos sejam idiotas, André. Só alguns — se é que você me entende (provavelmente, não…). Por mim, se o sujeito quiser cheirar cocaína até ficar com o nariz mais branco que ator de “Teatro No”, não tou nem aí. Ficando longe de mim, basta. Não sei é por que o estado tem de financiar o vício de drogados. E também me oponho à legalização das drogas por razões práticas: não podemos fazer isso sozinhos — ou viraremos um reduto do consumo e do tráfico. A Holanda tentou e teve de recuar. Do ponto de vista individual, cheirar pó ou cocô, não sendo eu, me é indiferente. Embora o cocô, para o cheirador, seja certamente mais saudável.

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Ainda sobre merchandising. Há setores da imprensa que se mostram simpáticos à censura. É pura guerra comercial. E das mais idiotas. Se quiserem, escrevo um artigo demonstrando que anúncio de imóveis, por exemplo, concorre para a bolha imobiliária e para a especulação. Será que os jornais também vão se opor a certos suplementos com publicidade dirigida? Por exemplo: faz-se um de moda, com reportagens, só com anúncios de moda; faz-se outro de imóveis, com reportagens, só com anúncios de imóveis. Faz-se um de escolas particulares, com reportagens, só com anúncios de escolas particulares. Isso entra na categoria de “propaganda subliminar” ou não? É justo inferir, nesse caso, que se trata de vender anúncio fazendo de conta que se vende notícia?

Eu não concordo com as suposições acima. Acho o expediente de associar reportagem à captação de anúncios dirigidos, em suplementos especiais, perfeitamente aceitável — desde que se faça jornalismo. Como acho legítimo que novelas tenham merchandising, já que, mutatis mutandis, trata-se, nos dois casos, de peças de ficção. Impressionante: a competência da Globo e sua presença ne mercado, em vez de açular a competição em certas áreas da mídia, só desperta ressentimento. E eles logo vão apelar ao cartório. Que diabo! Organizem-se para competir com ela, ora essa!

Reitero: censura, aqui, não passa. O dodói não gosta de novela com merchandising? Ora, vá tomar suco de laranja, fazer sexo, ler um livro, jogar dominó, bater papo na calçada, pensar na finitude do ser, visitar o blog dos anões. Ademais, quando filmes estrangeiros chegarem ao Brasil com merchandising, o que o Estado pretende fazer? Desfocar a imagem ou botar uma tarja preta? Ou só admitiremos o merchandising importado?

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Essa gente é ridícula.

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