Ainda o correria do padre
(ler primeiro o post abaixo)Decisões da Justiça, como se diz por aí, a gente não discute. Mas é possível gostar ou desgostar do desfecho. Nesse caso, confesso, eu gostei. Por quê? Porque, entendo, a corda estava arrebentando, para variar, do lado do mais fraco, né? Os “protegidos” do padre, da noite para o dia, tornaram-se […]
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Decisões da Justiça, como se diz por aí, a gente não discute. Mas é possível gostar ou desgostar do desfecho. Nesse caso, confesso, eu gostei. Por quê?
Porque, entendo, a corda estava arrebentando, para variar, do lado do mais fraco, né? Os “protegidos” do padre, da noite para o dia, tornaram-se bandidos terríveis, e ninguém mais queria saber deles. Imaginem só: Lancelotti teria sido extorquido, em silêncio, por anos a fio. Mesmo pressionado, chegou a acompanhar o seu jovem amigo a uma concessionária para comprar um carro de luxo.
O padre tem seus próprios métodos — que me parecem bem heterodoxos — de “tocar no coração” dos seus assistidos. Lembro-me de, à época, ter procurado referências católicas que endossassem esse toque. Não encontrei nada.
A situação legal, ao menos, foi revertida em favor do padre, bem-assessorado por advogados. Ninguém indagou, por exemplo, a origem do dinheiro com que alimentava os prazeres cúpidos do correria que, segundo diz, o extorquia. O rapaz já havia se tornado uma espécie de empresário na periferia do capitalismo e do bom senso.
Não dá para conhecer, por enquanto, a sentença, já que o processo corre em segredo de Justiça. Mas, parece, a acusação fundamental do padre — extorsão — foi recusada pela corte. Logo, ela admite que não houve extorsão. Não tendo havido, os juízes devem ter reconhecido na convivência pessoal do jovem correria com o velho padre uma relação consensual.
Espero que a Igreja Católica ainda venha a banir certos setores que a integram, tão perto do crime, tão longe de Deus.