“ACORDO” COM IRÃ BUSCA É ISOLAR OS EUA
O dito “acordo” celebrado por Brasil, Turquia e Irã já nasceu morto. E foram os próprios iranianos a assinar o óbito ao afirmar que o país não abrirá mão de enriquecer ele próprio o urânio a 20%. Ora, é esse o centro da questão, não outro. A tal troca dos 120 quilos do material, a […]
O dito “acordo” celebrado por Brasil, Turquia e Irã já nasceu morto. E foram os próprios iranianos a assinar o óbito ao afirmar que o país não abrirá mão de enriquecer ele próprio o urânio a 20%. Ora, é esse o centro da questão, não outro. A tal troca dos 120 quilos do material, a esta altura, é o de menos.
O mundo recebeu o anúncio com justo ceticismo. O esforço em curso não é para pressionar o Irã, mas para tentar isolar os Estados Unidos. E parece não ter surtido efeito. A Casa Branca anunciou hoje que estão avançados os esforços para impor sanções ao Irã: “[O acordo] não muda os passos que estamos dando para responsabilizar o Irã por suas ações”, afirmou Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.
Gibbs disse esperar um comunicado formal à Agência Internacional de Energia Atômica: “Considerando o reiterado fracasso do Irã em cumprir com suas obrigações e a necessidade de cuidar de questões fundamentais sobre o programa nuclear, os EUA e a comunidade internacional continuam a ter sérias preocupações”, afirmou.
O ceticismo não é só dos EUA. França e Rússia também viram o anúncio do acordo com reservas. E cresce a sensação de que Mahamoud Ahmadinjad usou o Brasil e a Turquia para ganhar tempo. Ou melhor: os dois países se deixaram ser usados.