ACADEMIA DELINQÜENTE E COTAS
Marcos Nobre é um rapaz que escreve uma coluneta na Folha às terças-feiras. Vocês encontram o nome do valente no arquivo. Já andei me estanhando com suas tontices. O que me choca um pouco é que ele é professor de filosofia. Isso quer dizer que instrui jovens nos caminhos do pensamento. E isso explica muita […]
Marcos Nobre é um rapaz que escreve uma coluneta na Folha às terças-feiras. Vocês encontram o nome do valente no arquivo. Já andei me estanhando com suas tontices. O que me choca um pouco é que ele é professor de filosofia. Isso quer dizer que instrui jovens nos caminhos do pensamento. E isso explica muita coisa da academia. Não vou contestar seu artigo parágrafo a parágrafo porque ele não merece. Até porque o sujeito não argumenta, só se indigna. E pega carona em Elio Gaspari e no ex-namorado de Laura Capriglione. Esta é um das marcas deste rapaz: ele não tem idéias próprias; limita-se a ser um cozido da tese progressista que estiver na praça.
A Folha faz a escolha por aquilo que entende ser a pluralidade. Assim, há o texto de Magnoli (post acima) e o de Nobre. Ocorre que um trata de fatos compondo argumentos — e se pode, é claro, discordar deles. E o outro, o de Nobre, não passa de uma pilantragem intelectual facilmente demonstrável. O autor se coloca uma questão: por que Demóstenes estaria dedicado a esta questão? E ele tenta responder:
A resposta mais plausível para essa defesa abrupta e ríspida de teses infames é: porque o DEM está encurralado. A prisão de José Roberto Arruda foi o golpe de misericórdia que diminuiu ainda mais o já exíguo espaço da mais autêntica direita brasileira. Demóstenes Torres foi o primeiro a pedir a cabeça do ex-governador do DF e de seu vice. Percebeu o desastre que significava a demora de medidas como a expulsão sumária do partido dos principais envolvidos no escândalo. Teve clareza de que ali se esvaia o último recurso de que tinha lançado mão o DEM para tentar se manter como um partido relevante, o discurso da “eficiência com ética”. Algo que fazia o partido recuar às suas origens, ao conservadorismo da velha União Democrática Nacional lá dos anos 1950. Nem isso mais restou. O ataque de Demóstenes Torres às políticas de reconhecimento é um ato de desespero. É o sintoma mais claro de que o DEM será obrigado a recuar ainda mais. Terá de ir ao mais profundo do conservadorismo social, moralista e nacionalista para tentar manter algo do seu eleitorado.
Demétrio falou da delinqüência jornalística. E eu falo da delinqüência acadêmica. O que vai acima não é ruim porque Nobre é um desses esquerdistas de pensamento meio gordoto e preguiçoso. O que vai acima é ruim porque se trata de uma MENTIRA. O senador Demóstenes Torres já levava adiante no Parlamento o debate sobre as cotas muito antes dos desastres que colheram Arruda — que eu me lembre, há pelo menos dois anos ele acompanha sistematicamente o assunto. E o fez sempre de maneira civilizada, respeitosa, educada e informada. Tudo o que Marcos Nobre não consegue.
Quanto ao DEM ter tentado ser uma UDN moderna, com a história da “eficiência com ética”, compreendo o tom de desdém de Marcos Nobre. Ele é da turma que gosta da eficiência sem ética mesmo. Seu artigo, de todo modo, é revelador. Nota-se que a palavra de ordem da patota é atribuir ao senador o que ele não disse para tentar atingir o seu partido. Não por acaso, Nobre avança contra uma liderança em ascensão na política brasileira que não reza segundo a cartilha dos vemelhos do miolo mole e língua dura:
Terá de tentar a sua sorte nos limites da família, da tradição e da propriedade. No fundo, é a vitória do modelo Kátia Abreu (DEM-TO), senadora que defende de há muito um ruralismo canhestro e reacionário.
É só uma boçalidade. Kátia Abreu, ao contrário do que ele diz, lidera o setor que responde pelo superávit comercial do Brasil e pela estabilidade econômica. Não é presidente da CNA por acaso. Está constituindo uma formidável base dados na entidade que representa o setor e sempre debate com números. De um lado, números e fatos; de outro, a baba hidrófoba. O Brasil acaba de passar o Canadá e se tornou o terceiro maior exportador do setor agropecuário. Só perde para EUA e União Européia — vale dizer, considerados os países tomados individualmente, estamos em segundo lugar.
Adoraria ver este rapaz frente a frente com a senadora para que ele pudesse, então, expor a sua sabedoria acumulada sobre o “ruralismo progressista” em confronto com o “reacionário”. Mas Nobre não faria isso. Já o vi atuando em público. É do tipo que tropeça nos próprios anacolutos — inclusive os morais. Do setor agrícola, deve conhecer no máximo o feijão amigo com que mantém a sua pança pensadora.
Notem que está valendo tudo. Até atacar quem não está participando desse debate em particular.
E Nobre, com plebéia vigarice, encerra tentando ironizar uma fala de Demóstenes numa entrevista. Afirmou o senador: “O problema estrutural do Brasil não é o racismo, mas a pobreza”. Emenda então o articulista: “É tocante ver os conservadores descobrirem a pobreza estrutural brasileira, mesmo que tardiamente. Principalmente porque é essa mesma pobreza que, com título de eleitor na mão, vai lhes tirar os mandatos em 3 de outubro.”
Entenderam? Os “conservadores” estão proibidos de tratar de assuntos relativos à pobreza. Os pobres são monopólio dos “progressistas”, inclusive daqueles que cuidam de coisas como a Bancoop, estes monumentos da moralidade nacional que Nobre tanto preza.
É por isso que a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), uma espécie de Marcos Nobre de calças, se opõe a uma proposta do PSDB que prevê um pagamento suplementar do Bolsa Família a estudantes pobres com bom desempenho na escola. Essas concessões têm de ser monopólio do PT!!! O fim do artigo não deixa dúvida: não é Demóstenes que resolveu debater cotas para tirar Arruda da agenda (uma estupidez negada pelos fatos). Os esbirros do petismo é que decidiram usar a questão para tentar destruir o DEM . Estão de olho na eleição de 3 de outubro. Bom esquerdista, Nobre acha que vale tudo, inclusive atacar a reputação de um político que tem atuado de forma muito correta no Senado.
Esse rapaz escreve essas coisas e depois vai dar aula de filosofia para jovens que devem considerá-lo um exemplo de inteligência, de rigor e de honestidade intelectual.
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