Abaixo “a mesma coisa”!
Vocês sabem a minha irritação quando, dados distintos dilemas éticos, morais ou políticos, alguém afirma: “É tudo a mesma coisa”. A que me refiro em particular? Uma turma começou a comparar as Farc ao IRA, o Exército Republicano Irlandês, finalmente incorporado à vida institucional da Grã-Bretanha. Se um pôde se converter em força política, por […]
Vocês sabem a minha irritação quando, dados distintos dilemas éticos, morais ou políticos, alguém afirma: “É tudo a mesma coisa”. A que me refiro em particular? Uma turma começou a comparar as Farc ao IRA, o Exército Republicano Irlandês, finalmente incorporado à vida institucional da Grã-Bretanha. Se um pôde se converter em força política, por que não o outro? Não! Nada é a mesma coisa. Nem gêmeos univitelinos são a mesma coisa — o ovo se divide, e eles já são duas ou mais coisas. Cada um de nós, ao longo do tempo, não é a mesma coisa. Se quisermos ser rigorosos, cada um nós não é a mesma coisa nem ao mesmo tempo — não se você, como eu, levar Freud a sério, para censura de meus amigos católicos. O “é a mesma coisa” corresponde ao exato momento em que se pára de pensar.
Até que o IRA não renunciasse às armas, qual foi a política inglesa? A do porrete. Repressão implacável e cadeia, apesar do apoio e do prestígio que a “resistência irlandesa” sempre teve mundo afora. Nem Bono Vox, com a sua incrível capacidade de colecionar causas e dólares (ou libras, ou euros, ou…), mudou isso. Na raiz da disputa, sempre houve uma questão de afirmação nacional, (des)regulada por uma divergência religiosa. Em regra ao menos, o IRA não estava ligado ao cartel das drogas nem tinha por horizonte estabelecer uma ditadura comunista. Seu movimento nunca foi um satélite ou do comunismo internacional ou de gorilas chicaneiros.
Nenhuma causa justifica o terror, a ação contra civis inocentes. E isso sempre valeu para o IRA. Mas não! Não estamos falando “da mesma coisa”. As Farc e seu ideário têm de ser eliminados, jamais assimilados pela vida institucional. A propósito: qual é a mesmo a reivindicação dos valentes?
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