A vez de Schopenhauer
Depois de Heráclito, o nosso Schopenhauer. Vamos ver o que disse Lula sobre os escândalos do Senado e tentar entender a sua fala: “Acho que uma, duas ou três denúncias estão numa fase de apuração. Apura-se e toma-se uma medida. O que você não pode é um país com tantas coisas para a gente descobrir […]
Depois de Heráclito, o nosso Schopenhauer. Vamos ver o que disse Lula sobre os escândalos do Senado e tentar entender a sua fala:
“Acho que uma, duas ou três denúncias estão numa fase de apuração. Apura-se e toma-se uma medida. O que você não pode é um país com tantas coisas para a gente descobrir e pensar, e a gente ficar um mês inteiro com coisas menores que o TCU pode investigar. Não conheço contas secretas.”
Comento
Bem, há aquela apropriação e manejo muito pessoais da língua que caracterizam as reflexões do nosso Schopenhauer. Traduzindo, vamos dizer, para um português menos complexo, mais afeito aos simples, ele quer dizer o seguinte:
“Pô, pessoal, assim também não dá. Umas duas ou três denúncias são até aceitáveis, mas esse monte é falta de delicadeza. Vamos fazer o seguinte: estabelecer uma cota máxima de denúncias. Quando passar de um determinado limite, a gente toca uma sineta. Assim, companheiros, vamos estabelecer uma cota de denúncias por político. Uma vez atingida, a imprensa muda de assunto”.
É, é uma idéia.
E, evidentemente, Lula considera os atos secretos do Senado “coisa menor”. Compreendo: para aquele que foi o principal beneficiário do mensalão, as malandragens do Senado são troco de pinga.