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Reinaldo Azevedo

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A tese dos “dualéticos”. E Reinaldo, o Agente Bourne

Olhem, por mais que existam os patéticos, a esta altura já auto-revelados de forma vexaminosa, ainda mais nefastos ao Brasil são os jornalistas “dualéticos”, aqueles das duas éticas: uma para o PT e outra para os demais partidos. São eles que puseram para circular a tese nacionalista, lembram-se? Aquela segundo a qual o Brasil precisa […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h59 - Publicado em 14 jan 2008, 22h52
Olhem, por mais que existam os patéticos, a esta altura já auto-revelados de forma vexaminosa, ainda mais nefastos ao Brasil são os jornalistas “dualéticos”, aqueles das duas éticas: uma para o PT e outra para os demais partidos. São eles que puseram para circular a tese nacionalista, lembram-se? Aquela segundo a qual o Brasil precisa de uma “grande empresa nacional” de telefonia. Precisa por quê? Sei lá eu. Por alguma razão, essa gente quer nos convencer de que, quando Sérgio Andrade ou Carlos Jereissati lucram, a gente deveria sentir um prazer especial… Por coincidência, um dos comandantes na nova tele é o maior doador da campanha de Lula, e a empresa compradora é a sócia de Lulinha na Gamecorp…

Agora leiam o que informa Gerusa Marques da Agência Estado. Volto depois:

O ouvidor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Aristóteles dos Santos, defendeu a criação de uma “empresa nacional” de telecomunicações, como a que poderá resultar de uma futura fusão – apoiada pelo governo – da Oi/Telemar com a Brasil Telecom (BrT). A defesa de Santos consta do relatório analítico da Ouvidoria da Anatel, apresentado hoje em entrevista coletiva à imprensa.

“Em muito boa hora o governo Lula toma a iniciativa de trazer ao debate público a instituição de uma empresa de telecomunicações de âmbito nacional para competir em igualdade de condições com os demais players”, afirmou. Na opinião de Santos, essa operadora terá condições de criar a competição que hoje não existe no setor de telefonia fixa.

O relatório do ouvidor não cita nomes de companhias, mas diz que o debate “busca uma empresa competitiva, economicamente forte e socialmente compromissada com o Brasil”. Santos previu que haverá reações contrárias a essa idéia, vindas, por exemplo, de empresas “que não querem a competição”.

O ouvidor acha que a criação da empresa nacional deve vir acompanhada de outras iniciativas, como a separação das atuais concessionárias em empresas de serviços e empresas de infra-estrutura, criando condições para que outras companhias ofereçam os serviços de telefonia utilizando a rede já existente.

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Voltei
Notaram a coincidência? A tese do ouvidor é a mesma dos “dualéticos”, que fazem o boletim diário do que pensa a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto, comandada por Franklin Martins. Na opinião de vocês, cabe a um ouvidor de agência fazer digressões sobre a organização estratégica do setor? Não cabe. Mas quem se importa com o decoro institucional no governo Lula?

Ah, sim: todo mundo que se opuser à operação estaria a serviço das teles estrangeiras. É mesmo? Pô, até quando os anões e mascates defendiam a operação, eu era um agente de Daniel Dantas. Agora que eles mudaram, seus novos adversários acham que defendo, sei lá, a Talefonica ou a Claro… Meu Deus! Será que eu e Zé Dirceu agora trabalhamos para Carlos Slim? Estaremos do mesmo lado? Seria eu um agente tão secreto que nem mesmo me dei conta disso?

Putz! O Zé faturando alto com suas consultorias, e eu, inocente útil, fazendo de graça o jogo dos “estranjas”. Era mais fácil quando eu era agente da “black propaganda” da CIA e da Mossad. Esse mundo dos negócios é muito complicado, gente! Será que, em breve, começarei a me lembrar de que, de fato, sou um abduzido do petismo, uma espécie de Agente Bourne, e Dirceu é meu verdadeiro chefe?

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