A tese dos “dualéticos”. E Reinaldo, o Agente Bourne
Olhem, por mais que existam os patéticos, a esta altura já auto-revelados de forma vexaminosa, ainda mais nefastos ao Brasil são os jornalistas “dualéticos”, aqueles das duas éticas: uma para o PT e outra para os demais partidos. São eles que puseram para circular a tese nacionalista, lembram-se? Aquela segundo a qual o Brasil precisa […]
Agora leiam o que informa Gerusa Marques da Agência Estado. Volto depois:
O ouvidor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Aristóteles dos Santos, defendeu a criação de uma “empresa nacional” de telecomunicações, como a que poderá resultar de uma futura fusão – apoiada pelo governo – da Oi/Telemar com a Brasil Telecom (BrT). A defesa de Santos consta do relatório analítico da Ouvidoria da Anatel, apresentado hoje em entrevista coletiva à imprensa.
“Em muito boa hora o governo Lula toma a iniciativa de trazer ao debate público a instituição de uma empresa de telecomunicações de âmbito nacional para competir em igualdade de condições com os demais players”, afirmou. Na opinião de Santos, essa operadora terá condições de criar a competição que hoje não existe no setor de telefonia fixa.
O relatório do ouvidor não cita nomes de companhias, mas diz que o debate “busca uma empresa competitiva, economicamente forte e socialmente compromissada com o Brasil”. Santos previu que haverá reações contrárias a essa idéia, vindas, por exemplo, de empresas “que não querem a competição”.
O ouvidor acha que a criação da empresa nacional deve vir acompanhada de outras iniciativas, como a separação das atuais concessionárias em empresas de serviços e empresas de infra-estrutura, criando condições para que outras companhias ofereçam os serviços de telefonia utilizando a rede já existente.
Voltei
Notaram a coincidência? A tese do ouvidor é a mesma dos “dualéticos”, que fazem o boletim diário do que pensa a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto, comandada por Franklin Martins. Na opinião de vocês, cabe a um ouvidor de agência fazer digressões sobre a organização estratégica do setor? Não cabe. Mas quem se importa com o decoro institucional no governo Lula?
Ah, sim: todo mundo que se opuser à operação estaria a serviço das teles estrangeiras. É mesmo? Pô, até quando os anões e mascates defendiam a operação, eu era um agente de Daniel Dantas. Agora que eles mudaram, seus novos adversários acham que defendo, sei lá, a Talefonica ou a Claro… Meu Deus! Será que eu e Zé Dirceu agora trabalhamos para Carlos Slim? Estaremos do mesmo lado? Seria eu um agente tão secreto que nem mesmo me dei conta disso?
Putz! O Zé faturando alto com suas consultorias, e eu, inocente útil, fazendo de graça o jogo dos “estranjas”. Era mais fácil quando eu era agente da “black propaganda” da CIA e da Mossad. Esse mundo dos negócios é muito complicado, gente! Será que, em breve, começarei a me lembrar de que, de fato, sou um abduzido do petismo, uma espécie de Agente Bourne, e Dirceu é meu verdadeiro chefe?