A Prefeitura de SP e a ONG petista: levantamento burro, injusto e desonesto
Bem, vamos lá. Existem métodos justos e injustos de avaliar se governantes cumprem ou não suas promessas (ler post anterior). Existem métodos inteligentes e burros. Existem métodos politicamente honestos e desonestos de fazê-lo. E existe na capital paulista uma ONG chamada Rede Nossa São Paulo. É comandada pelo petista Oded Grajew, ex-assessor especial de Lula. […]
Bem, vamos lá. Existem métodos justos e injustos de avaliar se governantes cumprem ou não suas promessas (ler post anterior). Existem métodos inteligentes e burros. Existem métodos politicamente honestos e desonestos de fazê-lo. E existe na capital paulista uma ONG chamada Rede Nossa São Paulo. É comandada pelo petista Oded Grajew, ex-assessor especial de Lula. Na gestão Serra/Kassab, que terminou em 2008, essa ONG foi responsável pela divulgação de uma grande mentira sobre a cidade. “Ah, você diz isso porque vai votar no Serra”. Sim, eu vou. Mas eu escrevo isso porque é verdade. E que mentira era essa?
Naquele ano — não por acaso, ano eleitoral —, a ONG apresentou um estudo afirmando que a Prefeitura investia quatro vezes mais nos bairris ricos do que nos pobres. E como chegou a tal conta? Analisando o gasto de cada uma das subprefeituras. A conta parecia boa? Na verdade, era injusta, burra e desonesta. Sabem por quê? A verba das subprefeituras correspondia a apenas 4% — QUATRO POR CENTO — do Orçamento da cidade. Entenderam o busílis? Um posto de saúde, um hospital ou uma escola erguidos na periferia não entravam nas contas da ONG.
A Nossa São Paulo é a principal pauteira da imprensa paulistana no que diz respeito a assuntos da cidade. Às vezes, tenho a impressão de que os jornalistas são seus porta-vozes ou funcionários. A mentira influente deste ano é que o prefeito Gilberto Kassab cumpriu apenas 36% das metas estabelecidas — e lembro que a Prefeitura é dos poucos entes federativos que as têm. Kassab, vocês verão abaixo, diz que cumpriu 73%, não 36%. Não sei se os números dele são verdadeiros, mas sei que os da ONG são falsos. E como demonstro?
Tomando por base os critérios. Em primeiro lugar, a ONG não distingue metas importantes, fundamentais para a cidade, de metas desimportantes. Se a Prefeitura deixou de fazer uma pinguela ou uma escola, para eles, dá na mesma. Mas isso não é o pior não! Toma-se como “meta cumprida” o propósito inteiramente realizado. Exemplifico em base 100 para que fique claro: se a Prefeitura prometeu entregar 100 salas de aula e só entregou 75, a Nossa São Paulo considera isso “meta não cumprida” — na sua conta, entra como “zero”. Se prometeu zerar o déficit de vagas em creches, mas cumpriu apenas 60% do prometido, também isso vai para a lista do “não cumpriu”.
É um despropósito. Se o PAC fosse analisado segundo esses critérios, poder-se-ia dizer que Lula e Dilma realizaram… ZERO POR CENTO das metas. É claro que é um critério burro. Como a ONG sabe que é burro, mas o mantém, ele se torna injusto. Como sabe que é burro e injusto, mas o sustenta, então ele é, não tem jeito, desonesto.
O candidato petista à Prefeitura, leia posts abaixo, participou de um debate na entidade. Atribuiu nota 3,6 à atual gestão, argumentando que não poderia dar mais porque, afinal, só 36% das metas haviam sido cumpridas. Em seguida, para espanto do bom senso, afirmou que o critério podia não ser o melhor. Por quê? Ora, por causa dessas razões que elenquei aqui.
Entenderam? Ele dá 3,6 à Prefeitura com base numa avaliação que ele próprio considera errada e injusta. E isso, pra mim, define honestidade intelectual. Pensando bem, pergunto: alguém está surpreso?
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