Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

A PF, o Movimento Retílineo Uniforme e MRUV

A Operação Toupeira foi feita sob medida para demonstrar que a Polícia Federal age com “inteligência”, e a de São Paulo, matando. Não sou eu quem diz. Na prática, são o próprio Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, e Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo. Ora, a investigação começou com o assalto ao BC […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 23h15 - Publicado em 4 set 2006, 19h33
A Operação Toupeira foi feita sob medida para demonstrar que a Polícia Federal age com “inteligência”, e a de São Paulo, matando. Não sou eu quem diz. Na prática, são o próprio Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, e Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo. Ora, a investigação começou com o assalto ao BC de Fortaleza, certo? A ordem para a escutas telefônicas nasceu daquele investigação, quando se encontrou um cartão telefônico que permitiu chegar à rede dos bandidos. Os ditos-cujos, consta, são ligados o PCC. Os assaltos que estavam sendo meticulosamente tramados buscavam, afirma-se, financiar a organização.

Nesse período, não houve uma só referência aos ataques terroristas a São Paulo? O crime consumado é o assalto no Ceará. Desta vez, o que temos são os túneis. Quantos metros é necessário cavar até que a PF entre em ação? Um metro está bom? Dois? Dez? Trinta? Parece que o problema não é de espaço. A variável física que conta é outra: “aceleração”. Como será necessário fazer o espetáculo perto das urnas, a operação poderia ou não ser antecipada.

Poderiam ter esperado mais? Certamente. Mas uma maré negativa começou a colher Lula, na política e na economia. Então chamem o Grande Nariz. Nas horas difíceis, ele sempre tem uma resposta. Vocês se lembram das aulas de física? Não se trata apenas de um Movimento Retilínio Uniforme (MUV). Como é mesmo “S = So + v.t”: o espaço final (S) é igual ao espaço inicial (So) mais a velocidade (v) multiplicada pelo tempo (t).

O Supernariz optou pelo Movimento Retilíneo Uniformemente Variado:

S = So + Vot + 1/2a.t²
Continua após a publicidade
Ou seja: entra o fator “aceleração” (a). O “S” (Espaço Final) da minha equação não era o cofre dos bancos, mas o estouro da operação pela polícia. Fosse apenas uma questão técnica, policial, bastaria o MUV. Mas a PF aceleraria mais ou menos o espetáculo, como se viu, segundo o interesse eleitoral.

Faltassem outras evidências de que o PT tem uma visão de mundo autoritária, totalitária mesmo, bastaria essa. É claro que a Polícia Federal, um órgão do Estado, está sendo objeto do proselitismo político-eleitoral. O que O Grande Nariz fez até agora contra mensaleiros, sanguessugas, vampiros e invasores de sigilo bancário? Nada. Deveria por isso não ter prendido os assaltantes de bancos? Ora, claro que sim. Poderia tê-lo feito antes.

Quanto ao contraste que se quer criar entre a “polícia da inteligência” e a “polícia que mata”, trata-se de uma safadeza teórica e prática. As tentativas de assalto aos bancos são atos criminosos, mas não terroristas. Certamente é mais fácil prender em casa uma dona de butique, o dono de uma cervejaria ou bandidos enfiados num buraco do que sair na rua, de peito aberto, enfrentando o terror. São operações distintas. Talvez, se a PF tivesse dividido algumas informações com a Polícia de São Paulo — e nem precisava revelar a investigação que estava em curso —, o confronto de rua nem tivesse acontecido. Isso para a hipótese de que os assaltantes sejam mesmo ligados ao PCC.

Continua após a publicidade

É claro que essa questão continuará fora do noticiário. Pela simples razão de que é institucional, não policial.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.