A PF, o Movimento Retílineo Uniforme e MRUV
A Operação Toupeira foi feita sob medida para demonstrar que a Polícia Federal age com “inteligência”, e a de São Paulo, matando. Não sou eu quem diz. Na prática, são o próprio Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, e Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo. Ora, a investigação começou com o assalto ao BC […]
Nesse período, não houve uma só referência aos ataques terroristas a São Paulo? O crime consumado é o assalto no Ceará. Desta vez, o que temos são os túneis. Quantos metros é necessário cavar até que a PF entre em ação? Um metro está bom? Dois? Dez? Trinta? Parece que o problema não é de espaço. A variável física que conta é outra: “aceleração”. Como será necessário fazer o espetáculo perto das urnas, a operação poderia ou não ser antecipada.
Poderiam ter esperado mais? Certamente. Mas uma maré negativa começou a colher Lula, na política e na economia. Então chamem o Grande Nariz. Nas horas difíceis, ele sempre tem uma resposta. Vocês se lembram das aulas de física? Não se trata apenas de um Movimento Retilínio Uniforme (MUV). Como é mesmo “S = So + v.t”: o espaço final (S) é igual ao espaço inicial (So) mais a velocidade (v) multiplicada pelo tempo (t).
O Supernariz optou pelo Movimento Retilíneo Uniformemente Variado:
Faltassem outras evidências de que o PT tem uma visão de mundo autoritária, totalitária mesmo, bastaria essa. É claro que a Polícia Federal, um órgão do Estado, está sendo objeto do proselitismo político-eleitoral. O que O Grande Nariz fez até agora contra mensaleiros, sanguessugas, vampiros e invasores de sigilo bancário? Nada. Deveria por isso não ter prendido os assaltantes de bancos? Ora, claro que sim. Poderia tê-lo feito antes.
Quanto ao contraste que se quer criar entre a “polícia da inteligência” e a “polícia que mata”, trata-se de uma safadeza teórica e prática. As tentativas de assalto aos bancos são atos criminosos, mas não terroristas. Certamente é mais fácil prender em casa uma dona de butique, o dono de uma cervejaria ou bandidos enfiados num buraco do que sair na rua, de peito aberto, enfrentando o terror. São operações distintas. Talvez, se a PF tivesse dividido algumas informações com a Polícia de São Paulo — e nem precisava revelar a investigação que estava em curso —, o confronto de rua nem tivesse acontecido. Isso para a hipótese de que os assaltantes sejam mesmo ligados ao PCC.
É claro que essa questão continuará fora do noticiário. Pela simples razão de que é institucional, não policial.