Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

A morte de Saddam: uma decisão equivocada

À 1h de Brasília, 6h em Bagdá, Saddam Hussein foi executado. O enforcamento, informam as agências internacionais, durou três minutos. Derramar lágrimas pelo ditador? É difícil. Mas escrevo aqui, ainda outra vez, o mesmo que escrevi quando a sentença foi pronunciada. Não creio que a morte do ex-presidente do Iraque possa ser boa para o […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h51 - Publicado em 30 dez 2006, 02h46
À 1h de Brasília, 6h em Bagdá, Saddam Hussein foi executado. O enforcamento, informam as agências internacionais, durou três minutos. Derramar lágrimas pelo ditador? É difícil. Mas escrevo aqui, ainda outra vez, o mesmo que escrevi quando a sentença foi pronunciada. Não creio que a morte do ex-presidente do Iraque possa ser boa para o país. Ademais, por questão de princípio, oponho-me à pena capital, sem exceções.

A execução se dá num momento especialmente ruim para os EUA. O Iraque está, como se sabe, à beira de uma guerra civil. O governo americano certamente dirá que essa foi uma decisão da Justiça iraquiana. É mera formalidade, em cuja essência ninguém acredita. O senso comum, e isso certamente não estará muito distante da verdade, considera que os EUA, se quisessem, poderiam ter impedido a sentença.

O tempo dirá se Saddam morto é mais perigoso do que vivo. Essa é a primeira impressão. Acaba de ser criado um mártir no país, ao menos para uma boa parcela dos sunitas, inconformados com a ocupação e com o poder que os xiitas passaram a ter na nova ordem. Estivessem estes sinceramente empenhados na democracia, vá lá. Mas os xiitas também querem uma ditadura.

Saddam nem era a principal referência do que se chama “resistência iraquiana” – que não passa, na verdade, de terrorismo. Não era. Mas pode passar a ser agora um símbolo. Além, como disse, da questão de princípio, não tenho dúvida de que ele deveria ter sido mantido vivo para que os horrores que perpetrou pudessem ser permanentemente lembrados.

Sua morte fica parecendo um ponto de chegada da ocupação americana, como se um recado fosse dado ao mundo – a voz do império que ressoa da ameaça até a forca. O Iraque merecia um destino melhor depois de tudo. Ademais, convenha-se: nem mesmo há uma legalidade estabelecida no país, inequívoca a ponto de uma decisão como esta não assumir o caráter de uma execução puramente política.Foi uma decisão desastrada.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.