A morte ao vivo de um policial do Bope. E o silêncio dos indecentes
Do Portal G1. Volto depois: A morte do cabo Adonai Cavalcanti Xavier, 36 anos, foi gravada nas proximidades do local de onde ocorreu o crime. As imagens mostram dois assaltantes se aproximando do carro do policial pouco antes de ele estacionar na Tijuca, Zona Norte do Rio. Ele ainda tentou se defender, mas foi morto […]

A morte do cabo Adonai Cavalcanti Xavier, 36 anos, foi gravada nas proximidades do local de onde ocorreu o crime. As imagens mostram dois assaltantes se aproximando do carro do policial pouco antes de ele estacionar na Tijuca, Zona Norte do Rio. Ele ainda tentou se defender, mas foi morto a tiros. As imagens do vídeo foram cedidas pela Polícia Civil.
O Celta prata da namorada do policial, que estava com ele, foi roubado pela dupla. A Polícia Civil tenta conseguir imagens que mostrem os suspeitos frontalmente. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) faz uma operação no morro do Turano, na Tijuca para tentar localizar os criminosos. De acordo com o Bope, Xavier trabalhava na sala de operações do batalhão. Ele morava com os pais próximo ao local onde foi morto.
Em outro caso, três policiais militares que trabalhavam no 23º BPM (Leblon) foram mortos a tiros no final da madrugada desta quarta-feira (21), Zona Oeste do Rio. O delegado-titular da 35ª DP (Campo Grande), Luiz Alberto Antunes, acredita que os soldados Marco Aurélio dos Santos, de 33 anos, Reinaldo Surrage Calheiros, de 30 anos, e José Avelar Costa Porto, de idade não revelada, tenham sido vítimas de uma emboscada.
O delegado disse que vai investigar possível envolvimento dos PMs com tráfico de drogas, milícias, caça-níqueis e transporte alternativo ilegal. Segundo ele, os três policiais foram recentemente transferidos do Grupamento Especial Tático-Móvel (Getam) do 14º BPM (Bangu), para o 23º BPM (Leblon).
Segundo ele, os policiais foram atacados por ocupantes de dois carros, por volta das 5h30 desta quarta, no cruzamento das ruas Alto do Rio Doce e Bilac, na localidade de Santa Rosa, em Campo Grande. Os PMs, que moram no bairro, estavam seguindo para o trabalho, no 23º BPM (Leblon).
Os três estavam em um Vectra, dirigido por Reinaldo. Na lataria do carro foram encontrados pelo menos 50 marcas de balas de fuzil. Policiais recolheram no local, 81 capsulas deflagradas de fuzil, pistolas e revólver. O ataque deixou marcas de balas nas casas das duas ruas
O delegado afirmou que vai pedir a ficha funcional dos soldados à Polícia Militar. Os familiares das vítimas estão prestando depoimentos na delegacia. Os PMs não estavam fardados no momento do ataque. Os criminosos levaram as três pistolas dos soldados.
Cápsulas de pistola
O delegado acredita que um dos PMs teria tentado reagir, já que encontrou algumas cápsulas de pistola ao lado do carro. Apenas Marco Aurélio foi morto fora do carro, o que levanta a suspeita que teria sido baleado ao tentar fugir.
“Acredito que ele tentou fugir, pois o corpo estava na rua e a porta do carona estava aberta. Pelas informações que tivemos até agora, os PMs não tiveram chance de defesa. Se as armas dos policiais forem encontradas será mais fácil encontrar os assassinos. Quem fez isso, fez com raiva. Isso é coisa de grupo muito brabo”, disse Antunes.
O motorista de Kombi, Paulo Roberto Ramos Calheiros, tio do soldado Reinaldo Calheiros contou que esteve com o sobrinho no domingo passado (18). Disse que o policial não contava nada do que acontecia no trabalho e nunca soube que ele tenha sido ameaçado.
“Quando a gente tem um parente na polícia sempre espera por uma notícia assim. Mas no fundo, nunca acha que isso vai acontecer com a família da gente. O que fizeram com ele foi uma covardia”, lamentou o tio, acrescentando que Calheiros tinha um filho pequeno.
Morte dos PMs causa comoção
Em entrevista a Rádio CBN, o chefe do Estado Maior da PM, coronel Samuel Dionísio disse que a morte dos três policiais causou grande comoção na corporação. Ele disse que a PM está ajudando a Polícia Civil na investigação do caso para saber o que realmente motivou o crime.
Oficial do Exército morto em Deodoro
O capitão do Exército Wander Cerqueira de Souza, 36 anos, foi morto a tiros na noite de terça-feira (20) em Deodoro, no subúrbio, durante um assalto. Ele teve o carro, um Astra, roubado na Estrada do Camboatá. Na ação dos criminosos, a mulher do oficial, Cláudia Valéria de Souza, de 34 anos, foi ferida de raspão. Ela foi levada para uma clínica particular e teve alta médica na manhã desta quarta-feira (21). Wander morreu no local.
O corpo de Wander foi enterrado por volta de 16h desta quarta no Cemitério de Japeri, na Baixada Fluminense. Sua mulher acompanhou o cortejo. Um dos criminosos também foi baleado e morreu no local, mas não foi identificado por não estar com documentos.
Voltei
Talvez eu não tenha encontrado. Mas procurei a reação da OAB/RJ e das ONGs que lidam com direitos humanos. Não consegui encontrar. Acho que o pessoal estava muito ocupado hoje e não deu tempo de se manifestar, né?
Vocês sabem: soldados atirando de um helicóptero contra bandidos armados, que estavam acoitados, é uma coisa mesmo inaceitável. Quando isso acontece, é preciso chamar a ONU. Já a execução sumária de policial — e ainda que os bandidos não soubessem que se tratava de um — é parte do jogo. É risco profissional.