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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

A hora dos boçais. Ou: a República da Polícia começa a bater cabeça

O subjornalismo da boçalidade é irrelevante? Claro que é. Todo mundo sabe — inclusive seus poucos leitores — que se trata de gente que trabalha a soldo, mediante pagamento, e não é aquele da empresa que oficialmente os contrata. A despeito da irrelevância, algum malefício sempre há. Alguns dos expoentes dessa variante do crime conseguiram […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 22h55 - Publicado em 1 out 2008, 16h53
O subjornalismo da boçalidade é irrelevante? Claro que é. Todo mundo sabe — inclusive seus poucos leitores — que se trata de gente que trabalha a soldo, mediante pagamento, e não é aquele da empresa que oficialmente os contrata. A despeito da irrelevância, algum malefício sempre há.

Alguns dos expoentes dessa variante do crime conseguiram ficar um bom tempo no armário, alcançando alguma projeção, antes da derrocada. Praticavam banditismo às escondidas — até que viessem o desmascaramento e a demissão. O menor de seus crimes era o achaque. Pois bem: tendo algum recall, esses caras ainda mobilizam uma meia-dúzia de coitados. E são esses estrupícios que invadiram o meu blog hoje para indagar:

“Que mal há em o presidente da República mandar investigar o Daniel Dantas?” Como sabem, o delegado Protógenes Queirós afirma que Paulo Lacerda, então chefe da PF e ex-chefe da Abin, recebeu do próprio Lula a incumbência de investigar o banqueiro, tarefa liderada pelo buliçoso delegado.

Ah, já escrevi aqui dezenas de vezes. Dantas aparece metido em rolos demais para ser flor que se cheire sem muitos cuidados. Até hoje, a PF não se interessou, por exemplo, pela sua participação no mensalão. Repararam como as ratazanas e os anões que se querem seus inimigos não tocam no assunto? Pensam as tramas conspiratórias as mais extravagantes, mas deixam essa questão de lado.

Muito bem. Voltemos ao ponto. Quando Dantas começou a ser investigado, era considerado um “inimigo” do governo, que queria tirá-lo do controle da Brasil Telecom, o que acabou conseguindo. Mas por que um governo se mete assim na gestão de uma empresa? Ganha um pirulito caramelizado pela ingenuidade quem não souber a resposta. Que tal pensar na bilionária fusão em processo da Oi com a BrT, patrocinada pelo poder? Adiante.

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Pergunta a escória: “Que mal há em o presidente mandar investigar Dantas? Ele não pode ser investigado?” Gente asnal! Um presidente pode muita coisa, mas não pode mandar a PF investigar quem quer que seja só porque acordou invocado, entenderam?, seja o Daniel Dantas, o Marcola ou padeiro da esquina. Não pode porque não tem competência pra isso. Ou seria um ditador, não o presidente de uma República.

Lacerda, é óbvio, nega a acusação de Protógenes, o que faz supor que a República da Polícia está começando a bater cabeça. E, como de hábito, é preciso ler reportagem e entrevista na VEJA desta semana (aqui), de que segue um trecho:
*
O presidente da Associação dos Servidores da Agência Brasileira de Inteligência, Nery Kluwe, confirmou que os agentes da Abin envolvidos na Operação Satiagraha tiveram em mãos escutas telefônicas – não sabe ele se legais, ilegais ou os dois tipos – que eram transcritas e transformadas em relatórios secretos. Ele, no entanto, diz que os agentes não fizeram nada de ilegal e que foram enganados pelos superiores:

Qual foi a exata dimensão da participação dos agentes da Abin na Operação Satiagraha?

Nossos profissionais foram envolvidos numa investigação acreditando que era uma missão presidencial. O presidente da República está resgatando nossa dignidade profissional. Nada mais natural, portanto, que houvesse uma empolgação dos agentes com a missão. Mas, ao que parece, a missão era uma coisa pessoal e nada tinha a ver com o presidente.
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O que você quer dizer com missão presidencial?

Os companheiros que participaram me disseram que receberam a tarefa como uma missão presidencial. Houve uma reunião em Brasília no fim do ano passado, com a presença de alguns diretores da agência, em que foi dito que nossa atuação na investigação da polícia era necessária para atender a uma ordem do presidente da República.
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