A “história de cobertura” de Paulo Lacerda
Ah, então o Palácio viu com bons olhos, como se informa dois posts abaixo, que Paulo Lacerda tenha chamado a Procuradoria e a Polícia Federal para investigar o grampo? Grande democrata! Lacerda, o ex-chefão da PF, nada teme vindo da PF… Então tá. Vamos lá, leitor, entrar um pouco no mundo do jargão da chamada […]
Então tá. Vamos lá, leitor, entrar um pouco no mundo do jargão da chamada “comunidade de inteligência”.
Na CPI do Grampo, Lacerda admitiu que Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula, telefonara para o secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional, general João Roberto de Oliveira, para saber sobre um agente do governo que, no Rio de Janeiro, no início deste ano, acabou interpelado pela polícia por seguir Humberto Braz, braço-direito de Daniel Dantas. O general Oliveira ligou, então, para o diretor adjunto da Abin, José Milton Campana, que informou que o agente fazia “acompanhamento de alvo estrangeiro em situação irregular”.
E aí disse Lacerda: “Essa foi a informação dada para o Gilberto Carvalho. Na verdade, é o que chamamos de história de cobertura”, disse na comissão o chefe da Abin.
“História de cobertura”, querido leitor, é mais do que pode sugerir este nome ligeiramente zoológico. “História de cobertura” que dizer contar uma mentira em nome da segurança da operação — seja ela qual for.
E Lacerda contou hoje, na reunião, outra “história de cobertura”.