Petralha é atrasado até para xingar. Quando eles querem ofendê-lo, ainda o chamam de “filho da puta” e “veado”. É uma gente sem imaginação. Mas percebi uma coisa: não usam palavras como “corrupto” ou “ladrão” para atacá-lo porque acham que isso já deixou de ser ofensa. A sua desculpa básica é a seguinte: “Ah, isso […]
Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 23h19 - Publicado em 14 ago 2006, 19h52
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Petralha é atrasado até para xingar. Quando eles querem ofendê-lo, ainda o chamam de “filho da puta” e “veado”. É uma gente sem imaginação. Mas percebi uma coisa: não usam palavras como “corrupto” ou “ladrão” para atacá-lo porque acham que isso já deixou de ser ofensa. A sua desculpa básica é a seguinte: “Ah, isso todo mundo é”. Os dois xingamentos prediletos deles também dão conta de seu primitivismo. Quando você diz que a mãe do outro é uma “puta”, está tentando, na verdade, certificar-se de que a sua não é. Qualquer analista sério sabe que, nesse caso, Freud de fato explica. O cara está tentando absolver a própria mãe de ter mantido relações sexuais com o pai. Entendo: até ele acha que isso é indesculpável, hehe, e que o melhor que poderiam ter feito era ter tomado um suco de laranja: um petralha a menos no mundo!!! Quanto ao “veado”, bem… Aí é tudo de uma triste obviedade. Um “macho”, claro, pensaria como ele, que, então, só se sente bem entre iguais, entre os que comungam das mesmas teses, entre “machos”. Então ficamos assim: o infeliz acha que a mãe é uma prostituta porque transou com o pai e é inseguro sobre a própria condição sexual. Faz o quê? Chama de puta a mãe alheia, para ver, por comparação, se livra a cara da sua e acredita firmemente que o outro é “veado”, sentindo-se devidamente protegido e coberto (opa!) pelos seus iguais.
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