A ECONOMIST DE PORRE! OU: LULA PARA GOVERNAR O HAITI! JÁ!!!
Quem disse que a Economist também não pode escrever bobagens? Ô se pode. E já escreveu muita. No passado e no presente. Poucos se lembram, mas, quando surgiu a televisão, a revista indagou quem se disporia a ficar diante de uma caixa como aquela. Previu que a iniciativa não daria certo. Também achou que o […]
Quem disse que a Economist também não pode escrever bobagens? Ô se pode. E já escreveu muita. No passado e no presente. Poucos se lembram, mas, quando surgiu a televisão, a revista indagou quem se disporia a ficar diante de uma caixa como aquela. Previu que a iniciativa não daria certo. Também achou que o carro daria com os cavalos n’água. Isto é: seus analistas não conseguiam enxergar como um o automóvel pudesse substituir um quadrúpede que galopa. Mais recentemente, no fim da década passada, antecipou em uns cinco anos o estouro da bolha da Internet. Não sei se entenderam meu humor inglês… Quem antecipa um troço com tanta antecedência consegue, no máximo, quebrar quem acredita em suas previsões e enriquecer quem não acredita. A revista também previu o barril do petróleo a US$ 5 não muito tempo antes de ele chegar a US$ 130… Mas segue sendo uma revista encantadora até quando erra. Adiante.
A Economist desta semana publica o editorial “Depois do terremoto”. Faz uma síntese das dificuldades do país e, como é uma revista européia, afinal, lembra que o desembarque maciço de tropas americanas lembrou uma invasão, embora tenha negado esse caráter… Adiante. A revista, dita “bíblia do liberalismo”, como se isso existisse, prega abertamente um governo de intervenção do Haiti, gerenciado pela ONU, e tem dois nomes para essa tarefa: Bill Clinton ou Lula — depois que encerrar o mandato.
Desde já estou em campanha: Lula!!! E acho que a tarefa é tão urgente que não podemos esperar mais tempo. Meu lema: “Lula lá já!!!” Já sabemos que ele é muito bom para pegar um país organizado, dar seqüência ao que presta, inaugurar coisas que não prestam, privatizar os louros da vitória e satanizar o passado. Vamos ver como ele se comporta pegando um país que realmente está no grau zero da ordem.
Aí, sim, ele poderá consolidar um bordão cheio de verdade a cada vitória conquistada: “Nunca antes na história do Haiti…”
O tonto que escreveu o editorial da Economist deve ter enchido a cara de scotch. O simples pouso de helicópteros nos jardins do que foi um palácio presidencial desencadeou em certos grupos, ainda que na mais absoluta miséria, certa reação nacionalista. O nacionalismo é também o último refúgio da miséria. Estamos nos esquecendo – e a revista talvez ignore o fato – de que as tropas brasileiras no Haiti eram alvo mais de hostilidade do que simpatia. Pouco importa se era uma reação justa ou injusta, mas era um fato.
Sim, a revista fala em parceria com algum haitiano ilustre. Isso não torna a idéia menos estúpida. Mas não quero nem saber: está lançada a campanha: “Lula para governar o Haiti!” E tem de ser agora, não depois! Os pobres não podem esperar.
Quero ver como é Lula sem poder culpar FHC…PS – Tenho a certeza de que, encerrado seu mandato, ele vai integrar algum comitê da ONU para acompanhar a reconstrução do Haiti. Sua máquina de propaganda, que continuará azeitada ganhe o PT as eleições ou não (grana não vai faltar), venderá a idéia de que nunca antes na história deste mundo, a não ser em guerras de intervenção, um homem presidiu dois países.