A carga tributária e a aberração matemática de Guido Mantega e Jorge Rachid
Sensacional, formidável, estupenda! Faltam adjetivos de conteúdo superlativo para qualificar a explicação dada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e por Jorge Rachid, secretário da Receita, para a elevação da carga tributária federal. Em 2005, ela ficou entre 17,6% e 17,9% do PIB, contra 17,13% em 2004. Explicação? Ah, dizem eles, como a economia cresceu, então […]
Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 23h17 - Publicado em 24 ago 2006, 00h00
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Sensacional, formidável, estupenda! Faltam adjetivos de conteúdo superlativo para qualificar a explicação dada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e por Jorge Rachid, secretário da Receita, para a elevação da carga tributária federal. Em 2005, ela ficou entre 17,6% e 17,9% do PIB, contra 17,13% em 2004. Explicação? Ah, dizem eles, como a economia cresceu, então é natural que a carga aumente. Seria um crime de lesa aritmética não fosse descaramento. A razão é simples, não é, leitor amigo? Ninguém está espantado que tenha subido o total arrecadado; estamos falando é de um percentual do PIB. Se é percentual, a base será sempre 100, pouco importa o valor do Produto Interno Bruto, e 17,9% (ou 17,6%) serão sempre mais do que 17,13%, independentemente de quantos reais estejam contidos nessa base 100. Se os dois estivessem falando a sério, teriam de ser demitidos. Imaginem entregar a conta do país a malucos que entendessem assim os números. Mas é claro que estão apenas tentando engabelar jornalistas. Já imaginaram? Se o Brasil tiver, algum dia, um crescimento chinês, na faixa dos 10%, a sua carga tributária federal também deveria ser multiplicada, percentualmente, por três? Quer dizer que, quanto maior o crescimento, maior é o percentual de tributação, é isso? Quer dizer que, para os homens que não sabem (ou fingem não saber) calcular, crescimento maior sempre se fará acompanhar de arrecadação percentualmente maior? BABALORIXÁ – No dia em que este interessante entendimento da carga tributária veio a público, o Apedeuta se encontrou com empresários na casa do ministro Luiz Fernando Furlan. Estavam lá os pesos pesados dos setores financeiro, automotivo, de siderurgia, papel celulose e mineração.
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