A aliteração do pensamento obliterado na TV Pública
A Lula News, a TV Pública, já tem um ouvidor, um ombudsman: Laurindo Lalo Leal Filho, esse nome verdadeiramente aliterado em pensamento obliterado. Esquerdistas, no geral, podem ser bem irritantes, claro. Mas, às vezes, são apenas óbvios e patéticos. Laurindo já freqüentou, com todos os “lelelês” as páginas deste blog. Nunca com açúcar e afeto, […]
Público? Que público? Ninguém vê aquela estrovenga. Leiam o que Diogo Mainardi escreveu sobre o homem em junho do ano passado: “Ele [Lalo] apresenta um programa na TV Câmara, o Ver TV. Apesar do nome, desconfio que seja um dos programas de TV menos vistos de todos os tempos. Laurindo Lalo Leal acredita no seguinte: ‘Deve-se lutar contra o índice de audiência em nome da democracia. A TV regida pela audiência contribui para exercer sobre o consumidor as pressões do mercado, que não têm nada da expressão democrática de uma opinião coletiva esclarecida’. Taí um homem que cumpre o que promete: ele é contra o índice de audiência, e ninguém vê o que ele faz”.Lalo é professor da faculdade jornalismo da USP e uma verdadeira sumidade. Fazendo uma pesquisa, a entrevista em que ele consegue aprofundar mais o seu pensamento foi concedida à revista das Lojas Kalunga. A aliteração obliterada também gosta de fazer media criticism, sabem? Ele é autor de um estudo que conclui que a “mídia”, sempre ela, foi muito injusta com Lula na eleição de 2006… Exibiu seus números. E eles provavam o contrário…
O nosso ombudsman, que vigiará a TV pública em nome de um público que não existe, também é um monumento de ética profissional. Em 2005, Ele integrou um grupo de professores da ECA que foi convidado pela TV Globo para acompanhar a feitura do Jornal Nacional. Redações, assim como departamentos nas universidades, têm lá suas brincadeiras internas. No caso, William Bonner, redator-chefe e apresentador do JN, referiu-se ao espectador não muito antenado como “Homer Simpson”. Uma bobagem, uma besteira, um gracejo, uma irrelevância. Quando eu ficava em redação, mais de uma vez vetei textos com a sentença: “A Dona Maria não vai entender nada”. Poderia ter dito: “Homer Simpson não vai atender nada”.
Mas oh!!! Laurindo Lalo Leal Filho fez um escarcéu com aquela informação. Publicou um texto demonizando Bonner, sugerindo que, para o redator-chefe, o espectador do JN era um imbecil, um “Homer”. Tomou, ao menos, o cuidado de ouvir o acusado, já que a “informação” fora obtida num encontro que não estava destinado a gerar uma reportagem? Ora, gente, claro que não! Laurindo é um notório crítico das TVs que ele chama “comerciais”. Ele não as considera muito ética, sabem?
Há duas boas notícias nisso tudo:
1 – enquanto for ombudsman, creio que ele ficará longe da sala de aula. E isso é um ganho para os alunos;
2 – ele e Tereza Cruvinel vão trabalhar juntos. E eu acho isso um desfecho merecido para ambos.