Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Semana Cliente: Revista em casa por 7,50/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

“We?re not going to have talks forever”

“We?re not going to have talks forever.” Essa foi a frase mais importante dita no encontro entre Barack Obama, presidente dos Estados, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin (Bibi) Netanyahu. A fala é do presidente americano e se referia ao Irã: “Não vamos conversar para sempre”. Isto mesmo: se o Irã decidir levar adiante o […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h37 - Publicado em 18 Maio 2009, 23h23
“We?re not going to have talks forever.”

Essa foi a frase mais importante dita no encontro entre Barack Obama, presidente dos Estados, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin (Bibi) Netanyahu. A fala é do presidente americano e se referia ao Irã: “Não vamos conversar para sempre”. Isto mesmo: se o Irã decidir levar adiante o seu programa nuclear, os EUA prometem agir. Como? Bem… Isso não é mesmo coisa muito diferente do que dizia aquele outro, como é mesmo?, ah, Jorjibúxi. Quase me esqueço do nome do demônio aposentado.

Li a imprensa liberal americana esses dias e também a brasileira. Parecia que Obama estava prestes a dar um pé no traseiro de Netanyahu. O encontro, antes de acontecer, era classificado de “tenso”, “delicado” e afins. Foi amenos e burocrático. No fim das contas, os EUA disseram o que costumam dizer a governantes israelenses: defendem a existência de dois estados ? o tal Jorjibúxi queria algo diferente? ? e também se opõem à expansão das colônias da Cisjordânia. Tudo conforme, vamos dizer, a tradição. Ah, sim: eu também estou com Obama: a favor de dois estados e contra a expansão das colônias.

É. Com efeito, o governo israelense mudou um pouco em relação ao anterior. Os israelenses, sob a chuva de foguetes terroristas, escolheram, desta feita, os durões. Mas Bibi também inovou muito pouco: “Nós estamos prontos para fazer a nossa parte e esperamos que os palestinos façam a deles”. Segundo o primeiro-ministro israelense, se eles reconhecerem o direito de Israel existir como um estado judeu, em segurança, é possível apostar na convivência de palestinos e israelenses. O que significa isso? Vamos ver. Mohmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, por exemplo, não aceita o caráter judaico do estado israelense. É só o começo de muitas outras complicações.

E a maior de todas elas se chama Irã, que hoje sustenta os terroristas do Hamas e do Hezbollah. E, de fato, esse foi o tema principal da conversa dos dois, para certa frustração da imprensa engajada. Obama reiterou que prefere conversar, que quer romper o isolamento a que está relegado o Irã etc. Mas deixou claro que a coisa tem de avançar. Afinal, “We?re not going to have talks forever.”

Continua após a publicidade

Se, em vez de se encontrar com Obama, Bibi tivesse batido um papo com Jorjibúxi, a coisa seria muito diferente? Não! Não faço essa observação por cinismo ou coisa parecida. Apenas chamo a atenção para o fato de que a política tem alguns limites impostos pela realidade. Somos tentados, às vezes, a considerar que realmente bastam atos de vontade para mudar o status dos conflitos. Não bastam.

Sei que Obama está decepcionando a muitos. E a outros, por sua vez, não chega a surpreender. Nem nesse caso nem no recuo em relação a Guantánamo. Ora feliz, ora infelizmente, não se governa com a retórica com que se ganham eleições. Com alguma freqüência, elas chegam a ser contraditórias. Em alguns casos, são até opostas.

Obama começa a descer ao mundo real. Ao mundos dos vivos. E dos mortos.

Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 11% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 12,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.