“Não aprenderam nada. Não esqueceram nada”
Eles são aborrecidamente iguais. Eles se repetem de forma igualmente aborrecida. Ao deixar formalmente a campanha do Apedeuta à reeleição, Ricardo Berzoniev escreveu uma “carta aberta” à militância petista. É uma peça do surrealismo político. A exemplo do que fez José Dirceu quando deixou o governo, convocou a militância para ir às ruas. Berzoniev quer […]
Por incrível que pareça, a primeira coisa que ele quer ver apurada é o “dossiê que vincula os tucanos José Serra, Barjas Negri e Geraldo Alckmin à máfia das ambulâncias”. O tal “dossiê” é uma criação, já está claro, de um petista, Expedito Veloso, do Banco do Brasil. Ah, sim, ele escreve: “Condenamos com veemência qualquer ilegalidade para obtenção de informações.” Obtenção? Mas foi uma “fabricação” de informações…
Sobre os oposicionistas, Berzoini diz, como se estivesse espantado: “Revelam desconforto e ensaiam indignação diante das supostas tratativas ilegais para divulgar eventuais vínculos de membros do PSDB com a Máfia das Ambulâncias”. Viram só? “Supostas trativas ilegais”. Até anteontem, Berzoini negava vínculo com as ilegalidades. Hoje, elas já se transformaram em supostas ilegalidades.
Sobre Berzoini e os petistas, vale uma daquelas frases perfeitas, que entram merecidamente para a história. Disse Talleyrand sobre os Bourbon: “Não aprenderam nada, não esqueceram nada”. Eles não têm cura. Segue íntegra da carta.
Carta Aberta à Militância Petista
Comunico à militância petista que, reunido hoje (20/9) com o presidente Lula, analisando a conjuntura que se instalou a partir dos fatos ocorridos na última sexta-feira (15/9), coloquei à disposição minha saída da coordenação geral da campanha “A Força do Povo”, sendo substituído pelo companheiro e professor Marco Aurélio Garcia.
Tomei esta decisão com a consciência tranqüila e com a plena convicção de que todas as denúncias devam ser apuradas.
Eu, pessoalmente, e o Partido dos Trabalhadores como instituição, defendemos uma apuração rigorosa dos fatos relacionados ao dossiê que vincula os tucanos José Serra, Barjas Negri e Geraldo Alckmin à máfia das ambulâncias. Condenamos com veemência qualquer ilegalidade para obtenção de informações. Refutamos, também, toda e qualquer tentativa de incriminar o partido e o presidente da República. As incursões de nossos adversários nesse terreno revelam açodamento e oportunismo: querem contaminar a voz das urnas com suas mentiras e calúnias.
Uma onda de histeria e descontrole toma conta da oposição tucano-pefelista e seus aliados nos meios de comunicação. Revelam desconforto e ensaiam indignação diante das supostas tratativas ilegais para divulgar eventuais vínculos de membros do PSDB com a “Máfia das Ambulâncias”. Estranhamente, repudiam qualquer investigação sobre o mérito das denúncias.
Por fim, reafirmo meu compromisso com a democracia, minha confiança nas instituições do país e a convocação para que a militância do PT, do PCdoB, do PRB e todos os ativistas da coligação “A Força do Povo” intensifiquem os esforços para a reeleição do presidente Lula. Mostremos nas ruas, com nossos argumentos, panfletos e bandeiras, que o povo brasileiro está decidido a dar continuidade à construção de uma pátria justa, igual e soberana.
Brasília, 20 de setembro de 2006.