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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

“esse reinaldo azevedo não é ninguém”

Outro dia, eu me atrevi a criticar aqui algumas teses estranhas do Departamento de Geografia da USP (onde, aliás, abundam estranhezas), e a enorme corrente de fãs do professor José William Vesentini (inclusive ele mesmo) me escreveu, protestando. Há alguns dias, falei aqui de um troço chamando “etnomatemática”, que, no Brasil, virou a “matemática achada […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h22 - Publicado em 21 jun 2007, 18h59
Outro dia, eu me atrevi a criticar aqui algumas teses estranhas do Departamento de Geografia da USP (onde, aliás, abundam estranhezas), e a enorme corrente de fãs do professor José William Vesentini (inclusive ele mesmo) me escreveu, protestando. Há alguns dias, falei aqui de um troço chamando “etnomatemática”, que, no Brasil, virou a “matemática achada na rua”, o que motivou uma tese muito interessante de um rapaz que defende que o professor da área seja, sabem?, um “agente transformador”. Como sou obtuso, acho que professor de matemática deve ensinar os alunos a fazer conta. Todo mundo pode estreitar humanismos no peito, mas convém saber quanto é 7 vezes nove. O expoente da etnomatemática, grande referência da tal tese, é o professor Ubiratan D’Ambrosio. Achei alguns artigos do homem — não exatamente sobre matemática, mas sobre educação. Já escreveu bobagens em penca.

Bem, foi o quanto bastou. Dois leitores me escrevem hoje, já passados alguns dias. Seguem em vermelho. Volto depois:

ESCREVE MÁRCIO PIRONEL
Acho que deveriam primeiro saber de quem estão falando… Além da ignorância sobre o tema, não sabem que estão falando de um dos maiores pensadores brasileiros de todos os tempos. O prof. Ubiratan é um dos Educadores mais respeitados no mundo todo. Além disso, a maioria de vocês não têm sequer a coragem de assinar a besteira que escrevem…

Ele é UBIRATAN D’AMBRÓSIO e vocês quem são? E quem é reinaldo azevedo? Pára com isso, não me façam rir das tolices que escrevem…
Aí vai um pouco do curriculo do prof. Ubiratan D’Ambrósio para que vocês possam se envergonhar do que disseram:

Professor Emérito de Matemática da Universidade Estadual de Campinas / UNICAMP.

Nascido em São Paulo em 8/12/32. Bacharel e Licenciado em Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1954). Doutor em Matemática pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade São Paulo (1963). Pós-doutorado na Brown University, USA, (1964-65).

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Atualmente, professor do Programa de Estudos Pós-Graduados de História da Ciência da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / PUC; professor credenciado no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo; professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” / UNESP; professor visitante no Programa Sênior da FURB / Universidade Regional de Blumenau.

Outras funções: Presidente da Sociedade Brasileira de História da Matemática / SBHMat; Presidente do ISGEm / International Study Group on Ethnomathematics; Presidente do Instituto de Estudos do Futuro / IEF de São Paulo; pesquisador e membro do Conselho Diretor do NACE-ATC (Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão – Arte, Tecnologia e Comunicação) da Universidade de São Paulo; Membro do Conselho Diretor do Institute for Information Technology in Education (IITE), da UNESCO, sediado em Moscou (1998-2002); Membro do Conselho Científico do Museu de Astronomia e Ciências Afins / MAST, do Conselho Nacional de Pesquisas / MCT (1996-2003).

É “fellow” da American Association for the Advancement of Science / AAAS; Presidente Honorário da Sociedade Brasileira de História da Ciência / SBHC.

Foi Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário da Universidade Estadual de Campinas (1982-90), Diretor do Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação da mesma (1972-80), Coordenador dos Institutos de Pesquisa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (1988-92) e Chefe da Unidade de Melhoramento de Sistemas Educativos da Organização de Estados Americanos, Washington, DC (1980-82) e membro do Conselho da “Pugwash Conferences on Science and World Affairs” (ONG que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1995); lecionou em várias universidades do país e do exterior.

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ESCREVE REGINA FRANCHI

Me chamo Regina Franchi, sou Matemática e Educadora.
Estou impressionada com a enorme capacidade de alguns em deturpar idéias e manchar a dignidade de pessoas tão respeitadas internacionalmente como o prof Ubiratan. Antes de comentar, deveríamos primeiro conhecer. Não me parece que tenham algum conhecimento sobre Educação Matemática as pessoas que o estão ridicularizando. As idéias do professor Ubiratan são aceitas na comunidade acadêmica internacional o que o torna uma personalidade bastante respeitada. Um exemplo deste reconhecimento é a Medalha Felix Klein concedida a ele em 2005 pelo ICMI (International Commission on Mathematial Instruction). Uma comunidade como esta tem ou não credibilidade?
Espero que este comentário seja aceito para publicação no blog.

ESCREVO EU

Primeiro o tal Pironel. Notaram que ele escreve o nome do professor Ubiratan com todas as letras em CAIXA ALTA e não me concede nem as letras iniciais em maiúscula, uma regra, em português, para os substantivos próprios? Assim, ele pretende evidenciar que eu não sou ninguém, uma titica de galinha, diante do grande mestre. Na VEJA desta semana, escrevo um artigo em que trato do tema. Quantas vezes por dia vocês acham que recebo comentários na linha “Quem você pensa que é?”.
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Se não sou nada, e não sou mesmo, por que se incomodam com as minhas críticas? Eu mesmo respondo: porque esses democratas querem unanimidade. Se pudessem, mandariam os que discordam deles para a cadeia. Já disse: é uma delícia ser um reinaldo-ninguém e flagrar uma Marilena Chaui pulando a cerca que separa Spinoza de Hugo Chávez.

O Brasil deve ser um dos poucos países do mundo em que títulos, diplomas e comendas universitários servem como licença para o sujeito dizer bobagens, em vez de lhe conferir mais responsabilidade. Já escrevi e repito: especialistas não me intimidam quando pretendem usar a sua expertise para fraudar a lógica. Aliás, tenho especial atração por eles: quanto mais especialistas e mais idiotas, mais servem aos meus propósitos de denunciar o fundo falso de sua especialização.

Agora a matemática Regina. Minha cara, parte da resposta que vai acima também lhe é dirigida. Certas mistificações não são como a jabuticaba nativa e frutificam mundo afora, especialmente nos países chamados de Primeiro Mundo, chegados a um exotismo terceiro-mundista — desde, é claro, que ele não contamine as suas escolas de alta performance. Acham que cretinismos como “etnoisso” e “etnoaquilo” são coisas muito interessantes: para nós, os botocudos, não para eles.

Quem é esse Reinaldo? Ora, só um tamoio que não se intimida. Ou, vá lá, um mameluco que não se deixa encantar pelo olhar deslumbrado dos nhonhôs do Primeiro Mundo.

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